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Estado de Minas

Revolta e como��o marcam enterros de v�timas da trag�dia em Santa Maria


postado em 28/01/2013 14:52 / atualizado em 28/01/2013 15:02

(foto: AFP PHOTO / JEFFERSON BERNARDES )
(foto: AFP PHOTO / JEFFERSON BERNARDES )

Mais de 100 enterros de v�timas do inc�ndio na Boate Kiss est�o previstos para hoje (28) no Cemit�rio Ecum�nico Municipal de Santa Maria. Por todos os lados, o adeus � marcado por revolta e como��o dos parentes e amigos. As hist�rias s�o quase sempre de jovens na faixa de 20 anos e estudantes da universidade federal e tinham ido se divertir na casa noturna mais badalada da cidade.

 Veja imagens do enterro das v�timas
“A gente estava junto em um churrasco e ele decidiu dar uma esticadinha na boate. Saiu do churrasco 1h30 e foi para l�. N�o devia ter ido, devia ter ficado junto com a gente”, lamentava Everton Revelante, amigo de Silvio Beure, o Silvinho. O rapaz, que gostava de piquete e tinha levado amigas para conhecerem o local, morreu cerca de meia hora depois, no banheiro da boate, asfixiado com a fuma�a t�xica do inc�ndio.

A poucos metros do t�mulo onde Silvinho era enterrado, o soldado Leonardo de Lima Machado recebia a salva de tiros dos companheiros militares. Ele estava se divertindo com a mulher na boate quando o inc�ndio come�ou. Ele retirou a esposa do local, mas voltou para ajudar outras pessoas e n�o conseguiu mais sair. “Era uma pessoa competente, disciplinada, muito querida por todos do batalh�o”, contou emocionado o sargento Lenois Cassol, que era colega de batalh�o de Leornardo.

� dif�cil encontrar algu�m em Santa Maria que n�o tenha perdido um amigo, parente ou conhecido na trag�dia. Nos enterros, al�m de namoradas, m�es, pais e irm�os inconformados, vizinhos e amigos demonstram perplexidade com o epis�dio. Pai de duas filhas com idades pr�ximas �s da maioria das v�timas, Jo�o Carlos C�volo vai passar boa parte do dia acompanhando enterros no cemit�rio municipal.

“Fui no vel�rio ontem, j� fui a dois enterros hoje e vou a mais um hoje a tarde”, contou ainda chocado com o que aconteceu e aliviado por n�o ver as filhas entre os mortos. “Eu tenho duas filhas, de 23 e 28 anos, e gra�as a Deus no s�bado elas n�o estavam l�, mas era um lugar onde elas sempre encontravam os amigos”, contou. O al�vio, no entanto, n�o apaga a imagem de dor de amigos que perderam filhos. “Fui a pouco ao enterro de dois irm�os, de 17 e 19 anos. Um fazia agronomia e outro tinha acabado de entrar para direito. � muito triste”, completou.

 Veja imagens da trag�dia

Al�m da consterna��o, a maioria das pessoas tamb�m se mostrava confusa com a profus�o de boatos e not�cias que correm pela cidade - de que n�o havia extintores de inc�ndio funcionando na boate e que os seguran�as impediram a sa�da das pessoas por achar que se tratava de uma tentativa de n�o pagar a conta. Para Cirineo Anversa, de 74 anos e morador de uma cidade pr�xima a Santa Maria, � inexplic�vel que ningu�m tenha impedido a casa noturna de funcionar sem um plano contra inc�ndio.

“Eu fico admirado. L� na lavoura, se voc� faz um armaz�m, os bombeiros v�o l� ver se tem extintor, mangueira de inc�ndio, tudo certinho. E um clube como esse, que entra 1.500 pessoas, deixam funcionar desse jeito, com porta estreita para sair, sem extintor funcionando. Era isso que eles deviam olhar”, apontou o aposentado.

O governador do estado, Tarso Genro, e senadores do Rio Grande do Sul visitaram as fam�lias no vel�rio hoje e defenderam mudan�as nas regras para libera��o de alvar�s para casas noturnas, al�m de melhorias na fiscaliza��o municipal.


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