Em Belo Horizonte, � f�cil encontrar casas noturnas que ignoram normas de seguran�a contra inc�ndio, fixadas pelo Corpo de Bombeiros. O EM visitou 13 estabelecimentos e em apenas tr�s constatou o cumprimento das principais exig�ncias. Os outros apresentam problemas para cumprir a lei. “H� casas que s�o exemplos de seguran�a, mas, em outras, a situa��o � bem cr�tica, sem sa�da de emerg�ncia”, diz o subcomandante de Opera��es do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Andr� Luiz Gerken.
Segundo ele, s� ontem, o 1° Batalh�o recebeu 18 den�ncias sobre boates. “Em geral, n�o recebemos nenhuma, mas as pessoas ficaram alarmadas com o que aconteceu em Santa Maria (RS). Planej�vamos uma campanha de vistoria por causa da Copa do Mundo, mas na semana que vem vamos intensificar a fiscaliza��o em casas noturnas de BH e do interior”, afirmou. “Para uma boate funcionar com seguran�a, precisa fazer um projeto de combate a inc�ndios e submet�-lo aos bombeiros”, ressalta.
Na Savassi, Regi�o Centro-Sul, o EM encontrou tr�s estabelecimentos com apenas uma porta de acesso � rua. A entrada da Up Bar, na Avenida Get�lio Vargas, � estreita e dificilmente permite a passagem de mais de uma pessoa por vez. O Velvet Club, na Rua Sergipe, e o D Duck Club, na Pernambuco, tamb�m contam com s� uma passagem para a �rea externa. “O problema � que a casa s� se comunica com uma rua e a fachada n�o � muito larga. Estivemos em contato com os bombeiros para ver uma forma de abrir uma segunda sa�da”, explica o propriet�rio da D Duck, T�lio Borges. Segundo ele, a boate tem auto de vistoria emitido dos bombeiros. O tenente-coronel Gerken lembra que todos os estabelecimentos t�m de ter mais de uma porta. Os donos da Up Bar e do Velvet Club n�o foram encontrados para comentar o assunto.
No Bairro Lourdes, o Circus Rock Bar tem tr�s passagens para a �rea externa. Todas se abrem no sentido de sa�da, conforme exigem os bombeiros. Apesar de a casa ter capacidade para 480 pessoas, nenhuma das portas tem barra antip�nico, item obrigat�rio para sa�das de emerg�ncia em estabelecimentos que comportam mais de 200 pessoas. Al�m disso, durante o hor�rio de funcionamento, elas ficam fechadas com um ferrolho, segundo o gerente, Marcelo Quintino dos Santos. Sa�das e escadas s�o indicadas com placas fosforescentes.
O gerente do Circus Rock Bar, que n�o soube informar se a casa tem auto de vistoria e admite a falta de pessoal com treinamento para combater inc�ndios. “N�o temos brigadistas. Nossos funcion�rios sabem como proceder em caso de emerg�ncia, mas n�o s�o treinados especificamente para casos de inc�ndio”, diz Santos. “Vamos entrar em contato com os bombeiros, para ver como devemos fazer”, ressalta.
Na Avenida Brasil, Bairro Santa Efig�nia, a Granfinos tem duas portas de acesso � rua que se abrem para fora, mas sem barras antip�nico, apesar de a boate comportar 725 pessoas. “As portas n�o ficam trancadas, s� encostadas. Basta empurrar para abrirem. Todas s�o vigiadas por seguran�as”, diz o gerente da casa, Kuri Lima. Segundo ele, todos os seguran�as t�m treinamento de combate a inc�ndios e a localiza��o dos extintores port�teis � sinalizada. O estabelecimento tem auto de vistoria dos bombeiros.
No Bairro Floresta, Regi�o Leste, o Deputamadre Club, apesar ter �rea superior a 1 mil metros quadrados, n�o conta com hidrante, obrigat�rio para �rea acima de 750 metros. “Hidrante n�o � cobrado pelos bombeiros”, alega o propriet�rio, Alexandre Ribeiro. Ele admite que nem sempre conta com pessoal treinado para combater inc�ndio. “Temos brigada s� em noite com expectativa de p�blico maior”, informa. As duas portas que d�o para a rua possuem barras antip�nico.
No Alambique, na Avenida Raja Gabaglia, Bairro Estoril, Regi�o Oeste, as portas de emerg�ncia n�o t�m barras antip�nico, mas a administra��o garante que as mant�m abertas. A casa conta com seguran�as, brigadistas e hidrantes. Por causa do estilo r�stico, com muita madeira e teto de palha, nem velas de anivers�rio s�o permitidas. H� placas refletivas de sa�da e luzes de emerg�ncia. “Se a lota��o de 1,3 mil pessoas est� esgotada, trabalhamos com rod�zio e as portas ficam o tempo todo abertas”, diz a coordenadora de Produ��o, Soraya Fontes.
Nas demais casas visitadas – boates Swingers (Santa L�cia), NaSala (Shopping Ponteio) e Chalezinho (Buritis) –, h� cumprimento de medidas b�sicas, como sinaliza��o, sa�das de emerg�ncia e extintores, entre outras.
EXIG�NCIAS LEGAIS
Medidas que t�m de ser cumpridas pelas casas noturnas
» Rede de hidrantes, cobrindo �rea m�xima de 30 metros cada
» Extintores port�teis, cobrindo �rea m�xima de 15 metros cada
» Ilumina��o e sinaliza��o de emerg�ncia
» Pelo menos duas portas em pontos distintos, de tamanho proporcional � quantidade de pessoas presentes
» As portas devem ser de vaiv�m ou com abertura para o fluxo de sa�da
» Barras antip�nico para estabelecimentos de lota��o com mais
de 200 pessoas
» Brigada de inc�ndio
» Ventila��o
» Sprinker (chuveirinhos no teto)
» Porta corta fogo
» Material ac�stico n�o combust�vel
Fonte: Subcomandante de Opera��es dos Bombeiros, tenente-coronel Andr� Luiz Gerken
* Para casas com mais de 750 metros quadrados