Na tentativa de reduzir os �ndices de acidentes que tornam o tr�nsito brasileiro um dos mais violentos do mundo, o Pa�s ter�, pela primeira vez este ano, um carnaval com toler�ncia zero de �lcool ao volante. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, informou que milhares de agentes v�o agir de forma integrada, nas rodovias federais, estaduais e nos entroncamentos das cidades, para impedir a repeti��o dos acidentes, que sobem 50% nessa �poca em rela��o ao resto do ano. "Com a nova lei seca, esperamos haver um aumento significativo da punibilidade nas blitze", avisou o ministro.
O tr�nsito brasileiro, informou o ministro, mata em m�dia 42 mil pessoas por ano, ou 116 ao dia. "Isso significa uma trag�dia de Santa Maria a cada dois dias", comparou Ribeiro, referindo-se ao inc�ndio que matou 237 pessoas numa boate na cidade do Rio Grande do Sul, na semana passada.
As principais causas dos acidentes s�o ultrapassagens e excesso de velocidade. Em cerca de 60% dos acidentes, um dos envolvidos apresenta sinais de embriaguez. A campanha se destina a chocar e conscientizar a popula��o sobre as sequelas da viol�ncia do tr�nsito para as fam�lias das v�timas, a sociedade e a economia. "Todo esfor�o do governo � para mudar a postura da popula��o e criar uma conscientiza��o semelhante � que fez o cinto de seguran�a pegar", disse. "Queremos que a trag�dia di�ria do tr�nsito provoque na sociedade a mesma indigna��o e como��o de Santa Maria", acrescentou.
Durante o ato, que teve a participa��o do deputado Hugo Leal (PSC-RJ), autor da Lei Seca, foi feito o teste do baf�metro com cinco volunt�rios, que ingeriram cinco tipos diferentes de produto com teor alco�lico: bombons de licor, antiss�ptico bucal cerveja, vinho e vodca. Eles sopraram o aparelho 25 minutos ap�s ingerir os produtos. No caso do bombom e do antiss�ptico, os vest�gios de �lcool sumiram totalmente e o baf�metro marcou zero.
Os outros tr�s foram apanhados no teste, mas pegaram apenas infra��o administrativa porque n�o atingiram o limite de 0,34 miligrama, a partir do qual o teor caracteriza crime. O terceiro volunt�rio tomou uma garrafa long neck de cerveja (355 ml) e o exame apresentou 0,11 miligrama por litro de ar, mais que o dobro da taxa permitida 0,05 miligrama. O quarto, com uma ta�a de vinho bem servida, acusou 0,05 miligrama, bem no limite. O �ltimo volunt�rio acusou 0,10 miligrama com uma dose robusta de vodca.
A Resolu��o 432 do Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran), em vigor desde 29 de janeiro, derrubou para 0,05 miligrama por litro de ar o teor medido pelo baf�metro, antes de 0,1 miligrama por litro de ar (equivalente a um copo de cerveja). Se o teor estiver abaixo de 0,34 miligrama, a puni��o se restringir� a multa de R$ 1.915,40, recolhimento da habilita��o e reten��o do ve�culo at� a apresenta��o de um condutor habilitado. A partir desse limite, o infrator incorre em san��es criminais e ser� encaminhado a uma delegacia.