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Estado de Minas

Fuma�a encobriu boate em cinco minutos

An�lise de engenheiros aponta que fuma�a no inc�ndio da Boate Kiss encobriu o ambiente rapidamente, o que reduziu a chance de sobreviv�ncia dos jovens que estavam no local


postado em 05/02/2013 07:00 / atualizado em 05/02/2013 07:25

Uma an�lise feita pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Rio Grande do Sul apontou que a fuma�a no inc�ndio da Boate Kiss, em Santa Maria (a 323km de Porto Alegre), levou apenas de quatro a cinco minutos para encobrir todo o ambiente e produziu uma “zona quente” que ia do teto a um metro do solo. Segundo os engenheiros, isso reduziu a chance de sobreviv�ncia de quem estava no local e apenas quem tivesse tentado fugir rastejando teria boas possibilidades de se salvar. No total, 237 pessoas morreram.

As investiga��es entraram ontem em sua segunda semana com os fatos praticamente esclarecidos. Segundo o delegado Marcelo Arigony, o desafio agora � construir as provas para embasar o indiciamento dos suspeitos. Quatro pessoas continuam presas – um dos donos est� hospitalizado, sob cust�dia da pol�cia – e foram ouvidas 72 pessoas. Arigony informou tamb�m que a pol�cia deve realizar amanh� uma nova per�cia no local do inc�ndio, para buscar novas provas. N�o est� descartado tamb�m o pedido de novas a��es de busca e apreens�o. Na primeira semana de investiga��o, seis mandados autorizados pela Justi�a foram cumpridos pela pol�cia.

Se acordo os t�cnicos do Crea-RS, o ar-condicionado da casa noturna pode ter ajudado a espalhar a fuma�a preta que intoxicou dezenas de pessoas. A entidade afirma que n�o havia um sistema de controle de fuma�a, como aberturas para dispers�-la. “Os erros foram se acumulando”, diz o engenheiro Luiz Carlos Filho, que coordenou o estudo.

A equipe de engenheiros visitou o local em Santa Maria na quinta-feira. N�o teve autoriza��o para recolher amostras e baseou grande parte das informa��es na an�lise de documentos. O relat�rio, feito para ajudar nas investiga��es policiais, cont�m uma foto do sal�o 1 da boate, com instala��es quase intactas, incluindo as caixas de som.

O estudo aponta uma s�rie de fatores que colaboraram para a trag�dia, como a falta de ilumina��o no solo, a falha na comunica��o entre os funcion�rios da casa e o posicionamento de obst�culos junto �s rotas de fuga. A entidade defende uma revis�o nas normas de seguran�a para inc�ndio e uma unifica��o das regras municipais e estaduais, e diz que a “fragmenta��o” atual delas dificulta o cumprimento e a verifica��o.

A conclus�o da an�lise do Crea-RS coincide com o depoimento do barman da boate, Erico Paulus Garcia. Segundo ele, em quest�o de 10 a 15 segundos a boate estava inteira tomada de fuma�a. “Corri at� a cabine do DJ, onde eu sabia que tinha outro extintor. Pedi o extintor para ele e ele me apontou mostrando a nuvem preta de fuma�a e disse que era t�xica. Nessa hora j� n�o tinha mais ningu�m na pista”, relatou.

LEI

Em entrevista coletiva na tarde de ontem, as autoridades de seguran�a do Rio Grande do Sul reafirmaram que um conjunto de erros gerou a trag�dia na Boate Kiss. O delegado Marcelo Arigony n�o deu detalhes sobre o progresso dos trabalhos, apenas ressaltou que a espuma utilizada como veda��o ac�stica na casa noturna era inadequada. “Tudo leva a crer que foi um conjunto de circunst�ncias que levaram ao evento tr�gico. Mas foi a espuma sem retardante (material que dificulta a queima) que gerou a fuma�a.” Conforme o delegado, h� uma lei municipal em Santa Maria que pro�be que bares e boates utilizem em determinadas partes de suas estruturas materiais inflam�veis. Entretanto, essa legisla��o est� sendo estudada para verificar o que ela abrange mais precisamente. A espuma apontada pelos peritos como um dos pontos fundamentais para a trag�dia foi comprada em uma loja de colch�es de Santa Maria. Segundo um comerciante, o material era comprado diretamente da f�brica, depois de ser encomendado pelos respons�veis pela obra na casa noturna. Isso comprovaria que a reforma no local foi realizada sem supervis�o t�cnica especializada.  (Com ag�ncias)

As conclus�es   

CAUSAS DO INC�NDIO

Show pirot�cnico sem autoriza��o
Revestimento ac�stico com material n�o certificado

FATORES QUE COLABORARAM
Falha dos extintores
Falta de controle da fuma�a (sem aberturas ou alarmes)
Bloqueio dos indicadores da sa�da de emerg�ncia pela fuma�a
Falta de sinaliza��o do piso
Sa�das de emerg�ncia mal dimensionadas
Grades e obst�culos atrapalhando as rotas de fuga
Funcion�rios sem treinamento e sem comunicadores

Fonte: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RS)


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