Favelas do Caju, no Rio, ser�o ocupadas no domingo

A Secretaria de Seguran�a do Estado do Rio inicia, na madrugada do pr�ximo domingo (3), a ocupa��o das 13 favelas do Complexo do Caju, na zona portu�ria da capital, para a futura implanta��o da 31ª Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP). Atualmente as comunidades s�o dominadas por traficantes ligados � fac��o Comando Vermelho (CV). Cerca de 1.300 homens, sendo 1.100 policiais militares e civis e 200 fuzileiros navais, participar�o da a��o.

Este � o �ltimo passo antes da ocupa��o do vizinho Complexo da Mar�, formado por 15 favelas que contam com 75 mil habitantes. Cortada pelas tr�s principais vias expressas do Rio - Avenida Brasil e Linhas Vermelha e Amarela -, a Mar� � rota obrigat�ria para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e precisa se deslocar em dire��o ao Centro ou � zona sul da cidade.

Ao contr�rio dos Complexos da Penha e do Alem�o, quando todas as comunidades foram ocupadas de uma s� vez, na Mar� as favelas ser�o ocupadas pouco a pouco. Isso porque as diferentes comunidades da Mar� s�o controladas por tr�s diferentes grupos criminosos, que disputam a regi�o entre si: Comando Vermelho, Terceiro Comando e mil�cia.

Depois da Mar�, as UPPs v�o avan�ar "numa trajet�ria de par�bola pela Avenida Brasil", conforme j� afirmou o secret�rio de Seguran�a, Jos� Mariano Beltrame. As favelas da zona norte que margeiam a via expressa ser�o as primeiras beneficiadas. Em seguida, ser�o ocupadas as comunidades da zona oeste.

Os �ltimos detalhes da incurs�o de domingo foram acertados nesta quarta-feira (27), numa reuni�o na sede da Secretaria de Seguran�a, durante a qual o coronel Alberto Pinheiro Neto, chefe do Estado-Maior Operacional da PM, apresentou o plano da invas�o aos representantes de todas as for�as de seguran�as envolvidas.

Esta ser� a sexta vez que a Marinha participar� da ocupa��o de uma favela que receber� uma UPP. Os militares tamb�m participaram das opera��es nos Complexos da Penha e do Alem�o (zona norte, em 2010), nos Morros da Mineira e de S�o Carlos (regi�o central, em 2011), na Mangueira (zona norte, em 2011), na Rocinha (zona sul, em 2011), e nos Complexos de Manguinhos e do Jacarezinho (zona norte, em 2012).

No fim da madrugada de domingo (3), pouco antes do amanhecer, ser�o ocupadas as favelas Mafu�, Manilha, Chatuba, Ladeira dos Funcion�rios, Quinta, Nossa Senhora da Penha, Nove Galo, Parque Alegria, Parque Boa Esperan�a, Parque da Conquista, Morro de S�o Sebasti�o, Parque Vit�ria e Vila Clemente. Cerca de 20 mil pessoas, distribu�das em 7 mil domic�lios, vivem no bairro do Caju, segundo o Censo 2010. Parque Boa Esperan�a � a comunidade mais populosa, com 5 mil habitantes.

Os primeiros que adentrar�o nas comunidades ser�o 17 blindados da Marinha dos tipos Lagarta Anf�bios (CLAnf), Piranhas e M113. O objetivo � intimidar os traficantes e evitar que haja rea��o e trocas de tiros. Al�m disso, os blindados conseguem transpor sem dificuldades as barricadas fincadas nas ruas pelos criminosos para atrapalhar a entrada da pol�cia. Em seguida, PMs dos batalh�es de Opera��es Especiais (Bope) e de Choque ocupar�o as favelas por tempo indeterminado, at� a inaugura��o da nova UPP - ainda sem data. A a��o tamb�m contar� com helic�pteros.

Dom Jo�o VI

A regi�o do Caju, localizada �s margens da Ba�a de Guanabara, come�ou a ser habitada em meados de 1800. Sua emancipa��o do bairro de S�o Crist�v�o ocorreu somente em 1981. Era nas �guas l�mpidas da Praia do Caju que o rei de Portugal Dom Jo�o VI se banhava para curar-se de uma mordida de carrapato na perna, por recomenda��o m�dica. O im�vel onde ele se hospedava na regi�o ficou conhecido como Casa de Banhos de Dom Jo�o VI e, ap�s anos de abandono, atualmente abriga o museu da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Al�m da Avenida Brasil e da Linha Vermelha, o Caju � cortado por um trecho da Ponte Rio-Niter�i. O bairro fica pr�ximo ao Porto, � Rodovi�ria Novo Rio e � uma das principais rotas de chegada ao centro da cidade.