As profissionais de seguran�a p�blica t�m dificuldade de conciliar a dupla jornada de trabalho - no quartel e em casa – em fun��o da falta de rotina nas escalas e os turnos � noite. A constata��o � da pesquisa Mulheres na Seguran�a, do Minist�rio da Justi�a, divulgada em fevereiro. Segundo a pesquisa, as mulheres policiais e as do Corpo de Bombeiros tamb�m sofrem com a falta de condi��es adequadas de trabalho.
As den�ncias se estendem � Pol�cia Civil do Rio, comandada pela delegada-chefe Martha Rocha. A corpora��o, que n�o forneceu dados sobre o percentual de mulheres em seus quadros, � denunciada por policiais e escriv�s de cortar gratifica��es salariais quando as funcion�rias entram de licen�a-maternidade. “Isso beira a covardia, [justo] quando mais precisamos”, disse outra agente.
Segundo o levantamento, a discrimina��o tamb�m faz parte da realidade dessas mulheres, seja na Pol�cia Militar, seja no Corpo de Bombeiros. Piadas ou constrangimentos de colegas ou do p�blico s�o os sinais mais frequentes do problema. Uma inspetora da Pol�cia Civil conta que ouviu de um superior a seguinte frase: “Mulher policial ou � piranha ou � sapat�o”.
A pesquisa constatou que essas profissionais acabam assumindo postura mais r�gida para se defender, “o que no limite � uma contradi��o com a proposta da entrada de mulheres nas institui��es policiais, na d�cada de 1980, que era humanizar as rela��es”, disse a soci�loga Wania Pasinato, coordenadora do levantamento.
Ela disse que ouviu o seguinte relato de uma das entrevistadas: “Eu sorrio muito menos. Sorrir seria s� expressar simpatia, mas pode gerar um constrangimento porque pode ser mal interpretado”. Segundo Wania, as mulheres foram incorporadas � seguran�a p�blica, mas com a condi��o de se adaptar. “As institui��es n�o lhes deram nenhum recurso para que sejam mulheres policiais”, completou.