(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Tratamento contra o crack em menores deve centrar no resgate da cidadania


postado em 10/03/2013 13:15

O tratamento para crian�as e adolescentes que vivem nas ruas e s�o dependentes de drogas, principalmente do crack, deve passar essencialmente pelo resgate de sua cidadania. Isso significa, segundo v�rios especialistas consultados pela Ag�ncia Brasil, que o tratamento s� ter� efeitos positivos se for acompanhado de a��es envolvendo a promo��o da fam�lia, educa��o, sa�de, moradia e renda, entre outros.

“O [problema do] crack, para mim, � secund�rio. Como tratar o crack se voc� n�o oferecer alguma coisa al�m? A base do problema desse menino n�o � o crack, s�o os v�nculos com fam�lia, com a escola. N�o adianta um tratamento focado no crack. Deve-se fazer um trabalho que envolva a fam�lia ou que d� condi��es para ele [crian�a ou adolescente] se desenvolver”, disse Ana Regina Noto, professora do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp) e coordenadora do Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotr�picas entre Crian�as e Adolescentes em Situa��o de Rua, feito no ano de 2004, em todo o pa�s.

Para Antonio Sergio Gon�alves, psicanalista e coordenador do Departamento de Forma��o em Psican�lise Sedes Sapentiae, o tratamento contra a depend�ncia de drogas por crian�as e adolescentes tamb�m deve ser tratado na base. “Quando necess�rio, at� fazemos uma interna��o involunt�ria, como forma de prote��o, caso a vida do sujeito ou de terceiros esteja comprometida. Mas acho preocupante quando ela � formulada como pol�tica p�blica para responder a um fen�meno social que sabemos que, na base, tem outras quest�es que passam por renda, moradia, trabalho, prote��o social, educa��o, lazer e uma s�rie de viola��es”, disse.

O uso cont�nuo de crack por crian�as e adolescentes, de acordo com o programa federal Crack � Poss�vel Vencer, pode comprometer o desenvolvimento cerebral e impactar diretamente em sua capacidade cognitiva, trazendo dificuldades de aprendizado, racioc�nio, mem�ria e concentra��o. Tamb�m pode provocar transtornos afetivo, alimentar e de ansiedade, tais como fobia social e estresse. “Com crian�a e com adolescente � sempre mais preocupante [a depend�ncia] porque s�o sujeitos em desenvolvimento. Os efeitos adversos v�o impactar diretamente no desenvolvimento delas, diferentemente se pensarmos em um adulto, que j� est� constitu�do”, disse Antonio Sergio Gon�alves, psicanalista e coordenador do Departamento de Forma��o em Psican�lise do Instituto Sedes Sapientiae, em S�o Paulo.

Segundo Robson Cesar Correia de Mendon�a, presidente do Movimento Estadual da Popula��o em Situa��o de Rua de S�o Paulo, o uso constante do crack afeta tamb�m o desenvolvimento f�sico dos dependentes. “L� na Sete de Setembro [rua localizada no centro da capital paulista], por exemplo, temos 225 crian�as que est�o nas ruas. T�m crian�as ali que est�o desde os 9 anos no crack. E elas n�o crescem mais porque o crack prejudica o seu crescimento”, disse.

De acordo com Mendon�a, a solu��o para o problema passa principalmente pela oferta de pol�ticas p�blicas para todo o grupo familiar. “Simplesmente tirar elas de um lugar para o outro n�o vai resolver [o problema] nunca. Temos que criar um meio atrativo para essas crian�as, para que elas saiam da rua. Por exemplo, um lugar onde possam se envolver com o esporte”, declarou.

Para a professora e pesquisadora Ana Regina, nenhuma a��o que n�o envolva o resgate da cidadania dessas crian�as e jovens ter� sucesso. “Se n�o se tratar o sistema familiar, escolar e a reinser��o social. Se voc� n�o tratar a rede de pertencimento desse menino, ele vai voltar [ao v�cio]. � gastar dinheiro p�blico � toa. Deve-se fazer um trabalho complexo, de rede, de resgate desse menino”, ressaltou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)