M�dicos do Hospital da Mulher, de Ara�atuba, tiveram de usar a luz de telefone celular para iluminar uma cirurgia de laqueadura. A energia el�trica do hospital acabou e uma falha no gerador, no in�cio da cirurgia, impediu que o procedimento fosse realizado normalmente. O caso aconteceu na �ltima quinta-feira (7) e est� sendo apurado pelo Minist�rio P�blico Estadual. Em 2011, o centro cir�rgico do hospital foi interditado e a diretoria cl�nica teve de ser trocada depois que 16 beb�s morreram.
Segundo Carina, assim que a energia acabou "o m�dico ficou nervoso, chamou algumas pessoas e pediu para que religassem a luz novamente porque se tratava de um procedimento de emerg�ncia", contou. Enquanto esperava pelo gerador, enfermeiras que acompanhavam a cirurgia ligaram seus telefones celulares e deixaram a porta da sala aberta, para aumentar a luz.
"Ela colocaram tr�s celulares na minha barriga e depois de se acalmar e me pedir para ficar tranquila, ele (m�dico) come�ou a cirurgia", contou. "A bateria de um dos celulares ainda acabou, mas eles conseguiram fazer a opera��o", completou Carina. Segundo ela, a luz voltou logo ap�s o procedimento ser conclu�do. "A cirurgia demorou entre 20 e 30 minutos, mas me deu muito medo", disse. Para Carina, o m�dico s� continuou com a cirurgia porque pensava que a energia fosse restabelecida logo. "Acho que se ele soubesse que faltaria energia durante toda a cirurgia, ele teria adiado o procedimento, mas se isso ocorresse n�o voltaria naquele hospital, n�o. E n�o quero voltar l� t�o cedo", diz.
O medo de Carina se justifica. Em 2010, durante a crise do hospital, ela deu � luz seu filho no pr�prio quarto. "N�o deu para ser levada para sala de cirurgia porque havia tantas m�es esperando que meu filho teve de nascer no quarto mesmo", explicou.
Em nota, a Prefeitura de Ara�atuba, que administra o hospital, informou que a queda de energia estava programada, mas que decidiu manter a agenda porque o gerador estava em funcionamento normal. Ao saber da falha, a prefeitura disse que mandou a CPFL religar o abastecimento. Segundo a Prefeitura, o gerador, que est� quebrado foi mandado para o conserto.
Questionado sobre o assunto, o Minist�rio P�blico disse que devido ao fato de a paciente n�o ter sofrido qualquer dano, o caso, apesar de inusitado, est� no contexto de uma a��o civil p�blica ajuizada recentemente na qual pede a regulariza��o de v�rias pend�ncias constatadas no hospital.