
Bras�lia - Os pais dos jovens mortos na trag�dia de Santa Maria (RS) se reuniram neste domingo pela primeira vez desde que o inc�ndio na Boate Kiss ocorreu, na madrugada de 27 de janeiro. Um almo�o da Associa��o dos Pais de Santa Maria – entidade criada por eles ap�s a trag�dia – reuniu 435 pessoas.
Com a presen�a da maioria dos pais e em clima de muita emo��o, os associados discutiram, entre outras coisas, o inqu�rito apresentado pela pol�cia na �ltima semana. O relat�rio final do inqu�rito indiciou criminalmente 16 pessoas e apontou 28 no total como respons�veis pelas mortes dos 241 jovens que estavam na boate naquele dia.
“Eu diria que pelo menos 95% dos pais est�o satisfeitos com o inqu�rito. N�s temos pessoas descontentes dentro do grupo, mas n�s n�o sabemos ainda at� que ponto vai esse descontentamento. S�o poucas pessoas. Mas como hoje o clima aqui foi de muita emo��o, n�s decidimos n�o aprofundar muito neste assunto porque os pais estavam muito abalados”, disse o presidente da associa��o, Adherbal Alves Ferreira.
Segundo ele, a diretoria da associa��o se reunir� novamente com os delegados envolvidos na apura��o amanh� (24) pela manh�. Eles querem discutir novamente alguns pontos do relat�rio antes de conceder entrevista coletiva � imprensa em Santa Maria para anunciar o posicionamento oficial da entidade sobre o inqu�rito.
Tamb�m no in�cio desta semana, a associa��o dever� se reunir com os promotores que cuidar�o do caso na Justi�a, para saber que provid�ncias devem ser tomadas a partir de agora.
Entre os indiciados est�o os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, apontada como respons�vel pelo in�cio do inc�ndio, os donos da boate e autoridades que seriam respons�veis pela fiscaliza��o da casa noturna.
O prefeito Cezar Schirmer e o comandante do 4º Comando Regional de Bombeiros, sediado em Santa Maria, tenente-coronel Mois�s Fuchs, foram inclu�dos por terem sido omissos nos seus pap�is de fiscalizar a boate e impedir que ela funcionasse em situa��o de risco aos frequentadores.
Os dois foram indiciados por homic�dio culposo, mas a Justi�a ainda precisa determinar se aceitar� a den�ncia que ser� feita pelo Minist�rio P�blico e iniciar� o processo contra os apontados como respons�veis pela pol�cia, na conclus�o do inqu�rito.
De acordo com o inqu�rito policial, o inc�ndio na Boate Kiss come�ou ap�s uma fagulha de artefato pirot�cnico tocar a espuma de isolamento ac�stico da casa noturna. Al�m disso, o artefato, que foi aceso por um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, era inadequado para ambientes internos e a espuma tamb�m n�o era de material apropriado para o isolamento da boate.
As pessoas demoraram a perceber o fogo e quando tentaram fugir encontraram diversos obst�culos no caminho at� a �nica porta de sa�da da boate. A maioria morreu asfixiada e envenenada com a fuma�a t�xica produzida pela espuma.