Oper�rios do governo do Estado iniciaram nesta segunda-feira obras para evitar novos alagamentos no alojamento provis�rio destinado ao grupo de 12 �ndios que aceitou deixar na �ltima sexta-feira o pr�dio do antigo Museu do �ndio, no Maracan�, zona norte do Rio, que estava ocupado desde 2006. Com britadeiras, os funcion�rios abriram buracos na estrutura para a instala��o de canaletas que v�o escoar a �gua da chuva. Po�as d'�gua que se acumulavam na �rea tamb�m foram removidas.
No domingo, dia de chegada dos ind�genas ao alojamento ap�s passarem o fim de semana num abrigo para moradores de rua no centro da cidade, uma forte chuva cobriu com uma camada de �gua o piso de concreto do local. O alojamento tempor�rio foi constru�do numa �rea dentro do Hospital Curupaiti, em Jacarepagu�, zona oeste da cidade. A unidade j� foi uma col�nia de portadores de hansen�ase e atualmente presta atendimento ambulatorial. Atualmente o terreno tamb�m abriga moradores, a maioria parentes de ex-portadores que viviam internados no local.
Os ind�genas permanecer�o no local at� a constru��o de uma aldeia e de moradias definitivas para o grupo. As novas instala��es ser�o numa localidade conhecida como Rua Preta, tamb�m no terreno do Hospital Curupaiti. "A promessa � que a aldeia tenha oca redonda, casa de reza, centro cultural, sala de terapia tradicional e cozinha de comidas t�picas, al�m de resid�ncias de alvenaria. Casa de branco dura 50 anos. A do �ndio, uns dois", disse, em tom de brincadeira, o vice-cacique Garapir� Patax�, de 35 anos. A nova aldeia j� foi batizada de "Muka Mukaw", que significa "unir e reunir", no idioma patax�.
O alojamento tempor�rio � composto de seis cont�ineres, sendo tr�s banheiros (com chuveiros el�tricos), dois quartos (com tr�s beliches cada) e uma cozinha (com fog�o e geladeira). Nesse per�odo de adapta��o, a comida est� sendo entregue em quentinhas, pelo governo. J� o fornecimento de energia � feito atrav�s de geradores. A �rea foi toda coberta por uma grande lona, e foi isolada do restante do terreno do hospital por tapumes de a�o.
Atividades
Era grande o movimento nesta segunda de moradores do Curupaiti, a maioria crian�as, nas imedia��es do alojamento dos �ndios. Curiosos com os novos vizinhos, os pequenos queriam saber de tudo: desde detalhes das vestimentas, at� se os ind�genas que l� estavam sabem usar arco e flecha. "Sou tricampe�o de arco e flecha nos jogos ind�genas. Tamb�m tiro peixe do fundo do rio assim", gabava-se o patax� Kawat� Oh�, de 26 anos, o mais popular dos �ndios por ser o �nico que usava trajes t�picos, como cocar, cintos feitos de sementes de pau-brasil e dois "trajos" (esp�cie de palito colocado entre as narinas e tamb�m sob o queixo). "A primeira coisa que me perguntaram era se d�i colocar os trajos. Eu disse que n�o".