Crescem alertas de degrada��o na Amaz�nia, diz Ibama

Bras�lia, 28 - De agosto de 2012 a fevereiro deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) registrou um aumento de 26,8% no n�mero de alertas de degrada��o ambiental na Floresta Amaz�nica, em raz�o de inc�ndios, retirada seletiva de �rvores ou de corte raso. A medi��o foi feita com base no sistema Deter (Detec��o de Desmatamento em Tempo Real), que funciona a partir de imagens de sat�lite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os Estados do Mato Grosso e Par� lideraram o ranking, concentrando cerca de 70% do total desses alertas.

Os dados foram divulgados em entrevista, nesta quinta-feira, pelo presidente do Ibama, Volney Zanardi. Ele disse que o sistema permitiu a apreens�o recorde de madeira na regi�o e subsidiou mudan�as radicais na fiscaliza��o, que agora � feita de forma mais �gil nos 365 dias do ano, inclusive na esta��o das chuvas, pegando os desmatadores de surpresa. S� no Par� foram apreendidos 22 mil metros c�bicos de madeira em fevereiro, 50% mais que no ano passado. Desse montante, 16 mil metros c�bicos de toras foram apreendidas nas regi�es de Anapu e Aruar�.

Apesar do crescimento significativo dos alertas em rela��o ao ano anterior, o Ibama acredita que n�o houve aumento de desmatamento. "Esperamos que tenha havido estagna��o, ou mesmo redu��o na taxa de desmatamento, que ser� conhecida em julho", observou o diretor de Prote��o Ambiental do �rg�o, Luciano Meneses Evaristo. Essa taxa � calculada com base no Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amaz�nia Legal (Prodes), divulgado pelo Inpe anualmente. Com imagens de alta resolu��o, ele mede o corte raso e mostra o quanto da floresta foi de fato destru�da pelos devastadores.

J� o Deter, segundo Evaristo, traz um componente de degrada��o florestal que pode se transformar ou n�o em desmatamento. "S� depois que o Inpe fizer o monitoramento da imagem de alta resolu��o, vai ficar claro se aquela degrada��o foi para o desmatamento, com corte raso, ou se foi causada, por exemplo, por queimadas ou inc�ndios, que ocorrem de forma c�clica no Brasil, mas que ap�s as chuvas a vegeta��o volta a se recompor", explicou.

O Deter, conforme explicou Evaristo, � um sistema de alerta fundamental para as a��es de fiscaliza��o do Ibama. "O dado � direcionado � fiscaliza��o para que ela possa chegar a tempo no local devastado; apreender os equipamentos; autuar o infrator e tomar todas as medidas para que esse desmatamento n�o avance", observou. Em Anapu, munic�pio onde foi assassinada em 2005 a mission�ria americana Dorothy Stang, foram apreendidas em fevereiro oito balsas, 12 tratores e seis rebocadores, usados por madeireiros na esta��o das chuvas, quando tradicionalmente n�o havia fiscaliza��o.

A partir do novo sistema de alertas, o Ibama montou ao longo do arco do desmatamento (linha que vai do Acre ao Maranh�o, cortando a Amaz�nia pela borda sul) a Opera��o Onda Verde, integrada por mais de tr�s mil homens dos batalh�es ambientais do �rg�o, da Pol�cia Rodovi�ria Federal e da For�a Nacional de Seguran�a P�blica. "N�s chegamos ao local do crime ambiental e pegamos os desmatadores com a cal�a nas m�os, de surpresa", disse o dirigente.

Com bases fixas e m�veis, a opera��o ocupa seis �reas cr�ticas, ao longo do arco, que respondem hoje por 54% de todo o desmatamento da Amaz�nia Legal. Essas bases disp�em de grande log�stica, com servi�o de intelig�ncia e comunica��o pr�prias, al�m de aeronaves e boa capacidade de mobilidade na floresta. "Para onde o desmatador caminhar, atrav�s dos alertas que o Deter nos passa, n�s caminhamos com essas bases para conter o desmatamento", enfatizou.