Mobilidade preocupa organiza��o da Jornada da Juventude

Rio de Janeiro, 16 - A menos de 100 dias do in�cio da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre os dias 23 e 28 de julho, com a presen�a do papa Francisco, a mobilidade de 2 milh�es de peregrinos, e n�o a seguran�a, � a maior dor de cabe�a dos organizadores. O secret�rio-executivo da Jornada, monsenhor Joel Portella Amado, disse nesta ter�a-feira, 16, que o "deslocamento em toda a cidade" � mais preocupante do que o acesso � vig�lia e � missa de encerramento, em Guaratiba (zona oeste), onde a previs�o � de 13 quil�metros de caminhada at� o local da celebra��o.

O monsenhor Joel rezou, na favela de Manguinhos (zona norte), a missa de encerramento dos eventos que lan�aram a contagem regressiva para a Jornada. As favelas pacificadas v�o hospedar peregrinos. S� em Manguinhos, que recebeu uma Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) em janeiro passado, ficar�o hospedados mais de cem jovens, 15 deles no sal�o da igreja de S�o Miguel Arcanjo, na localidade de Mandela, e os demais em 50 casas oferecidas por moradores.

Durante a JMJ, o Rio receber� 25 mil �nibus al�m da frota de 9 mil coletivos municipais. A maior parte dos �nibus extras n�o poder� circular pela cidade: eles passar�o por um ponto para desembarque dos passageiros e depois ser�o levados a �reas de estacionamento, que ainda ser�o definidas pela prefeitura.

Os detalhes de transporte dever�o ser fechados at� o in�cio da semana que vem, a tempo de serem apresentados ao representante do Vaticano Alberto Gasbarri, respons�vel pelas viagens internacionais do papa, que chega na pr�xima ter�a-feira. A expectativa do comit� organizador � concluir a agenda do papa Francisco at� o dia 27 de abril. Um dos pontos a definir � a favela que ser� visitada pelo pont�fice. Ser� uma comunidade pacificada. "Um local violento n�o coloca s� o papa em risco, coloca os peregrinos tamb�m", afirmou o monsenhor Joel.

F�rias

Uma das medidas tomadas pela prefeitura para diminuir o movimento na cidade foi a amplia��o do per�odo de f�rias nas escolas municipais, que ser�o de 18 de julho a 1º de agosto, com uma semana a mais de dura��o. Est� em estudo transformar os dias 25 e 26 de julho, quinta e sexta, em feriados municipais. A missa celebrada nesta ter�a reproduziu o modelo das Jornadas anteriores, com can��es e leituras em v�rias l�nguas, feitas por volunt�rios como o ingl�s James Kelliher, de 27 anos, que chegou ao Rio em mar�o. A freira mexicana Maria Esperan�a foi convidada a fazer a primeira leitura da celebra��o.

Na favela de Manguinhos, � grande a expectativa entre os cat�licos com a chegada dos peregrinos. "Eu nem acreditaria se nossa comunidade fosse escolhida para receber o papa", disse a moradora Adriana de Souza Lima, de 43 anos, t�cnica em enfermagem e volunt�ria, que auxilia nas missas. "H� um somat�rio da pacifica��o com o cora��o generoso do povo daqui", diz padre M�rcio Queiroz, da par�quia de Nossa Senhora de Bonsucesso, � qual est�o vinculadas as oito igrejas da regi�o, inclusive a que receber� os peregrinos. No m�s passado, tr�s policiais da UPP de Manguinhos foram afastados do trabalho de rua depois de serem acusados por moradores de participarem de um tiroteio que levou � morte de um jovem da comunidade.

Levantamento do comit� organizador mostra que h� at� agora garantidas 250 mil vagas para peregrinos. N�o h� informa��es sobre quantos peregrinos ficar�o em comunidades pacificadas. A zona oeste, onde fica o bairro de Guaratiba, palco dos dois �ltimos eventos da Jornada, concentra 31% das vagas. Seis dos dez bairros onde h� mais vagas ficam na zona oeste. Na zona sul, o bairro l�der � Botafogo. Na zona norte, Tijuca. Os peregrinos ser�o distribu�dos de acordo com o idioma que falam. Outro levantamento mostra que, dos 7.500 volunt�rios estrangeiros, a maioria (672) � de argentinos, seguidos de 439 colombianos, 400 mexicanos, 271 poloneses e 211 peruanos. (Colaborou Liana Leite)