As gr�vidas devem ficar alertas a uma amea�a que est� mais frequente neste ano: a dengue. O n�mero de casos da doen�a entre gestantes no Rio de Janeiro mais do que dobrou. Foram 358 notifica��es nas 14 primeiras semanas de 2013 - 118% a mais do que o verificado no mesmo per�odo do ano passado, que teve 164 casos. A maioria das notifica��es est� concentrada nas regi�es norte e noroeste do Estado, e as ocorr�ncias j� representam 73% do registrado durante todo o ano de 2012.
Apesar do aumento no n�mero de casos, as gr�vidas n�o correm maior risco de infec��o do que a popula��o em geral. "A preocupa��o em rela��o �s gr�vidas � que elas t�m caracter�sticas espec�ficas que podem eventualmente dificultar o reconhecimento precoce dos sinais de gravidade da doen�a, por conta das altera��es funcionais que ocorrem durante a gravidez", afirma o superintendente de Vigil�ncia Epidemiol�gica e Ambiental da Secretaria de Estado de Sa�de, Alexandre Chieppe.
Ele cita como exemplo a dor abdominal, uma ocorr�ncia comum dependendo da idade gestacional da mulher, mas que pode ser na verdade um sintoma da dengue. "Isso requer um tempo de observa��o muito maior at� o profissional de sa�de ter clareza se o que a gr�vida est� apresentando � relacionado � gravidez ou se � complica��o decorrente da doen�a." O tratamento diferenciado para a gestante inclui a obrigatoriedade de realiza��o de hemograma completo - com libera��o da paciente somente depois que o resultado do exame estiver dispon�vel - e acompanhamento di�rio.
O alerta � dado aos profissionais, para que adotem sempre esses procedimentos como rotina, e para as mam�es, para que sigam as recomenda��es. "A orienta��o do m�dico influencia muito. Eu sigo � risca a conduta que meu m�dico me passa", diz a fonoaudi�loga Marina Rangel, gr�vida de 7 meses. A balconista C�lia Rodrigues de Oliveira, gr�vida de oito meses de sua primeira filha, n�o teve nenhum caso da doen�a na fam�lia, mas est� sempre atenta para n�o deixar passar nenhum sintoma diferente despercebido. "Na primeira gravidez a gente fica com medo de tudo."
De acordo com Roger Rohloff, chefe da UTI Materno-Fetal do Grupo Perinatal e do Hospital Municipal Fernando Magalh�es, o diagn�stico precoce para as gestantes � fundamental, e a aten��o diferenciada dada a elas ocorre para prevenir poss�veis complica��es, j� que a dengue, na fase aguda da doen�a, pode levar � m� forma��o do beb�, ao aborto ou ao trabalho de parto prematuro. Se a dengue for pr�xima ao parto, pode ainda haver transmiss�o para o beb�, a chamada dengue neonatal. "As formas graves podem acontecer numa primeira infec��o, mas � mais prov�vel que isso aconte�a numa segunda infec��o, ou seja, a pessoa j� est� sensibilizada por um v�rus, do tipo 1, 2 ou 3, e a� vem o v�rus 4 que est� circulando agora", alerta Rohloff. "A popula��o tem que ficar atenta, porque muita gente teve dengue e nem sabe. A maioria dos casos, por incr�vel que pare�a, � assintom�tica".
Atualmente, a epidemia de dengue atinge 37 dos 92 munic�pios do Rio, com 107.168 casos suspeitos e 12 �bitos em todo o Estado. O aumento � de 40% em rela��o ao mesmo per�odo de 2012 (1º de janeiro a 13 de abril), quando foram registrados 77.414 casos suspeitos, com vinte �bitos.
