As favelas de Jacarezinho e Manguinhos, na zona norte, onde funcionavam as maiores cracol�ndias do Rio at� a instala��o das Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs), em janeiro deste ano, est�o na lista de op��es de comunidades que poder�o receber a visita do papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre os dias 23 e 28 de julho. Como um dos pontos de reflex�o da jornada � a vulnerabilidade dos jovens diante das drogas, a ideia � que o papa visite uma favela que, embora j� tenha UPP, ainda esteja em processo de pacifica��o.
Ainda h�, no entanto, na organiza��o da JMJ, um grupo que defende que o pont�fice v� ao Vidigal (zona sul), em homenagem � hist�rica visita do papa Jo�o Paulo II, em 1980. A favela do Juramento, na zona norte, n�o pacificada, � outra op��o em an�lise. Segundo pessoas envolvidas na organiza��o da visita do papa, o Vaticano mostrou prefer�ncia por visita a comunidades mais vulner�veis em vez de favelas j� pacificadas h� bastante tempo e ponto de atra��o de muitos turistas estrangeiros, como Dona Marta, Chap�u Mangueira e Cantagalo, todas na zona sul.
Algumas comunidades dever�o ser visitadas, a partir da pr�xima ter�a-feira, pelo respons�vel pelas viagens internacionais do papa, Alberto Gasparri. O representante do Vaticano ficar� no Rio at� o dia 27, quando ser� fechada a agenda do pont�fice no Rio, com o Comit� Organizador Local (COL), presidido pelo arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta. Ainda no esp�rito da aten��o aos viciados em drogas, est� prevista a inaugura��o de um centro de atendimento e tratamento de dependentes qu�micos, nova unidade do hospital da Vener�vel Ordem Terceira de S�o Francisco, na Tijuca (zona norte).
Em visita � comunidade de Mandela, no Complexo de Manguinhos, onde rezou uma missa na igreja de S�o Miguel Arcanjo, na ter�a-feira, 16, o secret�rio-executivo da Jornada, monsenhor Joel Portella Amado, evitou falar nos nomes das favelas que poder�o ser visitadas pelo papa, mas disse que a seguran�a ser� um fator decisivo para a escolha. "Um local violento n�o coloca s� o papa em risco, coloca os peregrinos tamb�m", afirmou.
Cerca de cem peregrinos dever�o ficar hospedados em Mandela, 15 deles no sal�o da igreja e os demais em 50 casas oferecidas por moradores. "Eu nem acreditaria se nossa comunidade fosse escolhida para receber o papa", disse moradora Adriana de Souza Lima, de 43 anos, t�cnica em enfermagem e volunt�ria da JMJ, na ter�a. Depois da instala��o das UPPs de Manguinhos e do Jacarezinho, as cracol�ndias se dissiparam, mas os usu�rios de crack passaram a vagar por �reas pr�ximas, ao longo da Avenida Brasil. No Complexo de Manguinhos, no m�s passado, tr�s policiais da UPP foram afastados do trabalho de rua depois de serem acusados por moradores de participarem de um tiroteio que levou � morte de um jovem da comunidade.