Criminosos atearam fogo e mataram a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, na tarde de quinta-feira, em S�o Bernardo do Campo, no ABC. O crime aconteceu na Rua Copacabana, por volta das 12h30, minutos depois de o governo divulgar os n�meros de criminalidade do primeiro trimestre, mostrando que os latroc�nios cresceram 18,8% no Estado em compara��o ao mesmo per�odo do ano passado.
Tr�s bandidos invadiram o consult�rio da v�tima e anunciaram o assalto. Cynthia disse que estava com pouco dinheiro, mas forneceu o cart�o do banco e a senha. Dois dos bandidos foram a um posto de combust�vel fazer o saque. Quando descobriram que a dentista tinha apenas R$ 30, a queimaram viva.
Segundo o delegado seccional de S�o Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, a pol�cia acredita que um quarto bandido aguardava na frente do consult�rio, dentro de um Audi preto. Ele desconfia que uma quadrilha especializada em assaltos a consult�rios esteja agindo na regi�o. “Temos investiga��es em andamento, j� temos imagens de um dos bandidos e em pouco espa�o de tempo vamos tir�-los de circula��o.”
Investigadores do 83.º DP de S�o Paulo, no Sacom�, disseram que um assalto a um consult�rio, em que quatro criminosos usaram o mesmo tipo de ve�culo do crime em S�o Bernardo, tamb�m ocorreu no dia 12 de abril no bairro.
O consult�rio de Cinthya funcionava nos fundos de sua casa. Ela morava com os pais e uma irm�, que tem defici�ncia mental. O pai dela, Viriato Gomes de Souza, de 70 anos, afirmou que ela n�o costumava ficar sozinha em casa no hor�rio do almo�o. “Ela ia buscar a irm� na escola, mas, como tinha uma paciente, eu fui com a minha mulher.”
Cinthya atendia uma paciente - cujo nome n�o foi divulgado - quando os criminosos apertaram a campainha. Um dos bandidos disse que precisava de atendimento odontol�gico e a dentista abriu o port�o. Logo, mais dois invadiram a casa. A paciente ficou com os olhos vendados durante todo o assalto e teve a bolsa, o celular e dinheiro roubados.
Segundo o delegado seccional, a paciente - que n�o ficou ferida - conseguia ouvir a dentista gritando “n�o faz isso” e pedindo socorro. “Ela tentou apagar o fogo quando os bandidos fugiram, mas n�o foi poss�vel. A dentista morreu em menos de tr�s minutos.”
Vizinha de Cinthya, Lindacim de Olivera, de 54 anos, sentiu o cheiro de queimado e ouviu os gritos da dentista. Foi ela quem chamou o Corpo de Bombeiros. “Ouvi algu�m pedindo socorro e fui at� o port�o do consult�rio ver o que estava acontecendo.”
Quando o pai chegou � rua, viu a movimenta��o na frente de casa. Foi avisado pelos vizinhos da morte da filha. “Quis entrar, tentei reanim�-la, mas j� n�o dava para fazer nada.” Emocionado, ele diz n�o saber o motivo de tamanha brutalidade. “Ela era uma pessoa boa, sem inimigos. Agora, a gente n�o sabe o que vai fazer da vida, se continuar� morando l�. Espero que ningu�m precise passar pela dor que estou passando.”
�s 20h de quinta-feira, 25, PMs identificaram a dona do Audi preto. Segundo a pol�cia, o ve�culo pertence � m�e de um dos bandidos. O plano � chegar ao bando com base nas informa��es dadas pela mulher.