
Para os gestores da sa�de, a popula��o subestima a gravidade da doen�a. “N�o tem quem n�o saiba o que � e o que deve fazer para prevenir. Mas as pessoas ainda est�o subestimando o poder dessa doen�a, ela mata", alertou Gilsa Rodrigues, coordenadora da vigil�ncia epidemiol�gica da Secretaria de Sa�de do Esp�rito Santo, estado que registrou a maior incid�ncia da doen�a na Regi�o Sudeste, com 1.171 casos at� a d�cima quinta semana deste ano.
“Aqui no Esp�rito Santo mais de 70% dos focos s�o encontrados nos domic�lios, um dado que nos faz refletir sobre a responsabilidade do cidad�o. A secretaria tem orientado as fam�lias a fixarem um dia na semana para inspecionar o quintal e a laje, verificar se a caixa d'�qua est� coberta, eliminar todas as possibilidades do mosquito depositar os ovos”, explicou Gilsa.
Segundo a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, Denise Valle, um modelo de combate � doen�a que deve ser seguido � o adotado em Singapura, no Sudeste Asi�tico.
”Singapura conseguiu praticamente zerar a epidemia de dengue basicamente com uma campanha de mobiliza��o, estimulando as pessoas a eliminar os criadouros uma vez por semana. Cerca de 16 mil volunt�rios (para uma popula��o de cerca de 5 milh�es de pessoas) durante seis finais de semana seguidos ficaram estimulando e orientando a sociedade a eliminar todos os criadouros. Eles conseguiram eliminar a epidemia no pico, o que � muito dif�cil”, conta a pesquisadora.
Baseado nisso, o Instituto Oswaldo Cruz lan�ou a campanha 10 Minutos contra a Dengue, para que as pessoas fa�am a limpeza dos principais criadouros do mosquito em suas casas. O instituto ainda lan�ou v�deos explicativos pra informar a popula��o sobre o ciclo da doen�a e como evit�-la.
Para Maria Aparecida Ara�jo, diretora da vigil�ncia epidemiol�gica da Bahia, n�o d� pra responsabilizar s� um setor pelas epidemias de dengue. “Muitas vezes os agentes n�o t�m acesso �s casas, o munic�pio n�o tem coleta de lixo adequada, n�o tem �gua encanada, o que leva a um armazenamento de �gua algumas vezes perigoso."
O superintendente de vigil�ncia em sa�de do Paran�, Sezifredo Paz, constatou que todas as cidades que tiveram epidemia no estado tinham problemas com o manejo inadequado de res�duos s�lidos e dos materiais recicl�veis, como copos pl�sticos e garrafas PET. Segundo ele, a troca de gest�o contribuiu para agravar a situa��o. “Constatamos que 70% dos munic�pios do Paran� onde houve epidemia tiveram mudan�a de prefeito. O prefeito que assumiu em janeiro j� encontrou um quadro ruim."
Para Simone Mendes, coordenadora de dengue e febre amarela do Tocantins, a mudan�a de comportamento � lenta. “Ainda tem muita coisa a ser feita para que as pessoas se conscientizem. Temos que continuar fazendo mobiliza��es. Informa��o tem que ter o tempo todo."
Em dezembro de 2012, o Minist�rio da Sa�de anunciou o repasse de R$ 173,3 milh�es para a��es de qualifica��o das atividades de preven��o e controle da dengue. Em 2011, foram R$ 92,8 milh�es. O minist�rio tamb�m orienta os agentes de sa�de a visitarem as resid�ncias a cada dois meses para checar se h� focos do mosquito e para alertar a popula��o sobre os riscos da doen�a.