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Estado de Minas

Igreja excomunga padre por defender homossexuais


postado em 29/04/2013 20:55 / atualizado em 29/04/2013 21:03


A Igreja Cat�lica anunciou nesta segunda-feira a excomunh�o do padre Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, de Bauru (SP). O padre � acusado de cometer heresia e de ferir os dogmas da f� religiosa ao divulgar na internet suas opini�es sobre o tratamento dado pela Igreja Cat�lica aos temas sexuais. Nos v�deos, o padre critica a igreja por manter uma posi��o considerada retr�grada sobre a rela��o de parceiros bissexuais e do mesmo sexo.

Segundo a Diocese de Bauru, o padre Beto foi excomungado por um padre perito em Direito Can�nico, nomeado juiz, chamado pelo bispo de Bauru, Dom Frei Caetano Ferrari, para estudar a situa��o. Ao analisar o caso, o juiz chegou � conclus�o de que Beto poderia ser excomungado e tamb�m enfrentar um processo de demiss�o do Estado Clerical, que ser� enviado para o Vaticano. A Igreja se revoltou porque as opini�es do padre chegaram em v�deos enviados � Confedera��o Nacional dos Bispos, ao N�ncio Apost�lico e at� ao Vaticano.

O an�ncio de excomunh�o foi feito em nota divulgada pelo bispado e assinada por um Conselho Presbiterial Diocesano. A nota explica a convoca��o do padre perito em Direito Can�nico, nomeado como juiz-instrutor e diz que houve tentativa de um �ltimo di�logo, mas que Beto reagiu agressivamente, recusando o di�logo. Diante da negativa, que teria ocorrido na presen�a de cinco membros do Conselho dos Presb�teros, decidiu-se pela excomunh�o.

"O referido padre feriu a Igreja com suas declara��es consideradas graves contra os dogmas da F� Cat�lica, contra a moral e pela deliberada recusa de obedi�ncia ao seu pastor (obedi�ncia esta que prometera no dia de sua ordena��o sacerdotal), incorrendo, portanto no grav�ssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no c�none 1364, par�grafo primeiro do C�digo de Direito Can�nico � a excomunh�o anexa a estes delitos", diz a nota.

Fogueira


Padre Beto disse que foi pego de surpresa. Pelos v�deos divulgados h� duas semanas, ele foi advertido pelo bispo de que deveria retirar os v�deos da rede social e internet e fazer uma retrata��o, cujo prazo terminaria nesta segunda, mas ao chegar pela manh� para entregar a carta de demiss�o, ele foi levado para uma sala, onde havia cinco pessoas, o juiz e uma cadeira vazia. "Fiquei surpreso porque fui cumprir o combinado com o bispo, que era para eu manifestar at� hoje e n�o participar de uma reuni�o", contou padre Beto.

"Quando me sentei na cadeira, perguntei se aquilo era um tribunal e se a cadeira era para o r�u. Como me disseram que era e que eu seria o r�u, eu me levantei e disse que estava ali para entregar a carta, mas eles me disseram que n�o aceitaria a carta e que eles � que iriam me demitir", contou. A situa��o, segundo Beto n�o durou mais de sete minutos. Ele ent�o registrou a carta em cart�rio para que fosse levada ao bispo por um oficial de Justi�a, mas o bispo n�o a recebeu.

Demiss�o

Padre Beto disse que n�o vai tomar qualquer procedimento com rela��o ao caso. "Dou gra�as a Deus que hoje em dia n�o existe mais fogueira, sen�o eu estaria queimado a essa hora", afirmou. Segundo o padre, ele vai sobreviver com as aulas que leciona em tr�s em faculdades, em cursinhos de segundo grau e com suas palestras. Para ele, sua excomunh�o e poss�vel demiss�o tem outra causa. "� fruto de intrigas 'hier�rquicas', de colegas e gente invejosa que existem dentro da igreja", disse.

O bispado informou que o juiz-instrutor tem autoridade para fazer a excomunh�o. O juiz e o bispo n�o quiseram dar entrevista mas a igreja informou que padre est� excomungado, privado de celebrar e receber todos os sacramentos e que enfrentar� agora um processo de demiss�o do Estado Clerical. O processo � sigiloso, iniciado na Diocese e enviado ao Vaticano por se tratar de mat�ria reservada � Santa S�, que � a respons�vel pela senten�a definitiva. A partir da�, o r�u n�o poder� mais se chamado de padre e fica impedido do exerc�cio do minist�rio sacerdotal. J� a excomunh�o � a priva��o da recep��o de qualquer sacramento, mas se o padre demonstrar arrependimento a Igreja poder� retirar a excomunh�o, mas n�o a demiss�o do Estado Clerical.


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