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Estado de Minas

Dominguinhos luta pela vida em meio a drama familiar

Cantor tem estado "minimamente consciente", conforme diz o �ltimo boletim m�dico


postado em 03/05/2013 13:36 / atualizado em 03/05/2013 16:29

(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

Os dedos de Seu Domingos se movem lentamente. H� meses estavam duros, em nada parecidos com aqueles que a diva do jazz Sara Vaughan beijou depois de v�-los incendiar as teclas de uma sanfona no Free Jazz Festival de 1987. Nem de longe os mesmos que Luiz Gonzaga nomeou herdeiros leg�timos de seu reinado. Ao sentir a m�o da mulher Guadalupe tocar a sua, Dominguinhos a aperta forte. Sua rea��o mais comovente depois de oito enfartes, 23 minutos sem oxigena��o no c�rebro, uma traqueostomia, dois meses na UTI e desaven�as familiares sobre seu pr�prio leito at� parece milagre.

A luta de Dominguinhos n�o � s� pela pr�pria vida. Seu estado “minimamente consciente”, conforme diz o �ltimo boletim m�dico divulgado em 18 de mar�o, lhe permite perceber o que o rodeia de bom e de ruim. Quando o flautista Proveta surgiu tocando no quarto, acompanhado pelo sanfoneiro Mestrinho, o homem s� faltou dan�ar. J� nas duas das vezes em que o filho Mauro Moraes apareceu para visit�-lo, discuss�es tensas entre Mauro e um acompanhante de quarto que permanece ao lado do leito a pedido de Guadalupe entristeceu o m�sico profundamente. Se pudesse fazer um pedido, Domingos certamente suplicaria mais por paz do que pela pr�pria vida.

A luta do maior m�sico da cultura nordestina, um dos mais geniais instrumentistas do Pa�s, se d� em um quarto do Hospital S�rio Liban�s, em S�o Paulo. Assim que foi diagnosticado com um c�ncer de pulm�o, fez tratamentos de r�dio e quimioterapia sem jamais falar sobre a doen�a com a imprensa. Sua incapacidade de dizer n�o, mesmo debilitado, o levou, em dezembro de 2012, at� Exu, no interior de Pernambuco, para tocar nos 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. Uma decis�o dif�cil, tomada depois de uma noite de l�grimas como respostas �s s�plicas de Guadalupe. “Eu dizia para ele n�o ir e ele s� chorava. Ele nunca diz n�o.”

Como n�o entra em avi�o nem sob tortura, Dominguinhos saiu de carro de Recife para Exu. A cada dois quil�metros, ligava para dizer a Guadalupe como estava. Em uma liga��o, reclamou de febre. “Ent�o volta, homem. Volta pelo amor de Deus”, ela implorou. Domingos foi at� o fim e tocou j� sentindo o pulm�o fechar. Quatro dias depois, passou mal, foi internado e come�ou a lutar pela vida.


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