Bras�lia – Com quase uma hora de atraso e na imin�ncia de ter que suspender a audi�ncia t�o logo tenha in�cio a sess�o ordin�ria do Congresso Nacional – convocada para vota��o da MP dos Portos - a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Tr�fico de Pessoas da C�mara dos Deputados iniciou h� pouco a acarea��o entre o presidente da organiza��o n�o governamental (ONG) Limiar Brasil, Ulisses Gon�alves da Costa, e o administrador da entidade, Audelino de Souza, que atuava no Paran�.
Ap�s apenas 45 minutos de acarea��o e dos dois depoentes convidados responderem as primeiras perguntas da deputada, o presidente da CPI, Arnaldo Jordy, disse estar ainda mais confuso com as contradi��es das novas respostas. A acarea��o entre Costa e Souza foi requisitada pela deputada Ant�nia L�cia (PSC-AC), que julgou necess�rio colocar frente a frente os dois colaboradores da ONG devido �s "in�meras diverg�ncias" e "depoimentos conflitantes" prestados anteriormente por Costa e Souza.
A Limiar Brasil � acusada de intermediar ado��es irregulares de crian�as brasileiras por fam�lias estrangeiras, atividade pela qual cobraria honor�rios. As crian�as adotadas seriam principalmente filhas de fam�lias carentes de S�o Jo�o do Triunfo (PR). Em seu primeiro depoimento � mesma CPI, Costa revelou que a Limiar Brasil, ao longo de anos, intermediou 1,7 mil ado��es. Hoje, tanto ele quanto Souza garantiram que todos os processos foram acompanhados e autorizados pela Justi�a
"Todo esse trabalho, no Paran�, era feito pelo Audelino, que continuou fazendo com o crivo do Poder Judici�rio. Todas essas ado��es, imagino, t�m crit�rios legais perfeitos e a Limiar Brasil n�o tem qualquer inger�ncia sobre isso", declarou Costa, restringindo as suspeitas ao Paran� e garantindo que, em S�o Paulo, a ONG mant�m um abrigo infantil que s� permanece aberto gra�as a um conv�nio firmado com a prefeitura de S�o Paulo, que licitou a estrutura onde vivem 20 crian�as e trabalham 20 funcion�rios.
"N�o sou um especialista em ado��o e nunca recebi qualquer relat�rio com nomes de crian�as [a serem adotadas]. E nunca tive contato com as fam�lias, quer seja com as destitu�das da guarda, quer com as que adotaram. Se esta Casa acha que a estrutura do abrigo paulistano n�o � adequada, foi a prefeitura quem assim definiu", acrescentou Costa, admitindo que, devido a outras ocupa��es, n�o consegue acompanhar o dia a dia do abrigo. "Minha dedica��o � muito aqu�m do que gostaria".