Porteio acusado de matar ex-ministro diz que foi torturado para assumir o crime

O ex-porteiro Leonardo Campos Alves, acusado de matar tr�s pessoas na 113 Sul em agosto de 2009, afirmou, em interrigat�rio � Justi�a, que s� confessou ser autor dos homic�dios por tortura dos policiais. Alves tamb�m afirma que Adriana Villela, filha do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Jos� Guilherme Villela, e de Maria Carvalho Mendes Villela mandou matar os pais. No dia do crime tamb�m foi morta a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva.

O porteiro contou que a filha dos Villela destruiu o apartamento dos pais uma vez por n�o ter gostado da decora��o e que a fam�lia tinha desaven�as. "Chegou a derrubar uma geladeira. Soube que n�o foi uma e nem foram duas desaven�as dela com os pais. Conhe�o a Adriana de vista e dizia s� bom dia e boa tarde. Se eu fosse falar algo da Adriana, diria sim que ela tem envolvimento no crime como mandante", afirmou o porteiro ao ser questionado pelo juiz Fabio Esteves, fazendo refer�ncia ao interrogat�rio de 2012. O depoimento de Alves ocorreu depois que o defensor Carlos Praxedes disse que Adriana o apontou o porteiro como autor do crime.

O ex-porteiro prestou um depoimento em mar�o de 2012, quando disse que confessou ser autor dos homic�dios sob tortura praticada por policiais da 8ª Delegacia de Pol�cia (SIA), ent�o chefiados pela delegada Deborah Menezes. O ex-defensor do r�u, Frederico Donati Barbosa, se afastou do caso em agosto. Ap�s o defensor Carlos Andr� Bind� Praxedes assumir o caso de Leonardo, foi feita a solicita��o para uma nova interroga��o.

Leonardo conta que no dia 15 de novembro de 2009 foi preso em Montalv�nia, quando estava na casa da sogra. Os policiais teriam invadido a casa e ele foi, ent�o, detido. Ele tamb�m negou ter procurado o ex-ministro para pedir emprego horas antes do crime.

O depoimento estava marcado para ter in�cio �s 14h desta ter�a-feira (14/5), mas come�ou por volta de 15h20, no Tribunal de Justi�a do DF e Territ�rios. Leonardo foi levado do pres�dio para o tribunal por volta das 9h em uma escolta armada. Tamb�m est�o presentes seis advogados de Adriana Villela e o irm�o dela, Augusto Villela, assim como a fam�lia do r�u Francisco Mairlon Barros de Aguiar.

Um dos advogados de Adriana Villela, Pedro Ivo, explicou antes do depoimento que o interrogat�rio de hoje n�o � t�o incomum, e afirmou esperar que Leonardo "finalmente conte a verdade e n�o d� uma nova vers�o mirabolante".

Entenda o caso
O triplo homic�dio ocorreu no apartamento do ex-ministro do TSE. As tr�s v�timas foram assassinadas com 73 facadas. Os autos do processo foram distribu�dos ao cart�rio no dia 1º de outubro de 2009. Em outubro de 2010, o juiz do Tribunal do J�ri de Bras�lia acatou a den�ncia do Minist�rio P�blico, na qual quatro r�us foram denunciados: Adriana Villela, filha do casal e acusada de ser a mandante do crime; Leonardo Alves, ex-porteiro do bloco onde ocorreu o triplo assassinato; Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo; e Francisco Mairlon Barros Aguiar, suposto comparsa de Leonardo e Paulo.

Com informa��es de Mara Puljz