O Minist�rio P�blico (MP) do Rio Grande do Sul denunciou nesta sexta-feira � Justi�a mais 12 suspeitos de participa��o na adultera��o do leite. A fraude foi descoberta em investiga��o iniciada em 2012 que levou � pris�o preventiva de sete acusados no dia 8. Em pelo menos tr�s regi�es do Estado, grupos diferentes, sem conex�es entre eles, operavam da mesma maneira, adicionando �gua e ureia, produto que cont�m formol, subst�ncia considerada cancer�gena, ao leite que compravam de produtores rurais para revender � ind�stria.
A primeira den�ncia havia sido oferecida na quarta-feira, 9, contra dois envolvidos no chamado "n�cleo de Guapor�", na Serra Ga�cha, onde h� um preso. Desta vez, os acusados s�o do "n�cleo Ibirub�", no noroeste do Estado, onde est�o os outros seis presos. Na pr�xima semana, ser� oferecida a den�ncia contra o "n�cleo Horizontina", no oeste do Rio Grande do Sul, onde n�o h� presos preventivamente.
Entre os 12 denunciados nesta sexta-feira, est�o empres�rios, motoristas e funcion�rios de um posto de resfriamento de leite e um m�dico-veterin�rio. Em nota, o Minist�rio P�blico relacionou os envolvidos como Jo�o Cristiano Pranke Marx, Angelica Caponi Marx, Jo�o Irio Marx, Alexandre Caponi, Daniel Riet Villanova, Paulo Cesar Chiesa, Arcidio Cavalli, Rosilei Geller, Natalia Junges, Cleomar Canal, Egon Bender e Senald Wachter.
Cada um cuidava de tarefas espec�ficas, como recolher o leite em propriedades rurais, adicionar a mistura e enviar o produto adulterado � ind�stria. O grupo tamb�m tinha "olheiros" que avisavam os motoristas da eventual presen�a de fiscais do Minist�rio da Agricultura e tinha um sistema peculiar de comunica��o. "Quando um integrante do esquema oferecia m�sica sertaneja (em uma r�dio local) para um dos comparsas, estava, na verdade, orientando a forma de proceder da adultera��o", revelou o promotor Mauro Rockenbach. Al�m disso, para tentar driblar poss�veis escutas telef�nicas, usavam termos como "brique, saguzinho e sopa" para se referir a opera��es e � pr�pria fraude.
Se a den�ncia for aceita pela Justi�a, os envolvidos responder�o pelos crimes de adultera��o de alimentos, forma��o de quadrilha e lavagem de dinheiro. Todos os lotes que continham leite identificado como adulterado foram recolhidos do varejo pelas ind�strias, a pedido do MP e do Minist�rio da Fazenda.