S�o Paulo – Com camisas brancas e cartazes, amigos e parentes das recentes v�timas da viol�ncia em S�o Paulo abra�aram na manh� deste domingo (9) a Pra�a Comendador Manuel Mendes Pimenta, zona oeste paulistana. Foram lembrados os dentistas Alexandre Gaddy e Cinthya Magaly Moutinho. Eles morreram depois de queimados vivos em seus consult�rios por assaltantes.
O ato tamb�m lembrou a morte de Eduardo Paiva, morto em assalto na �ltima segunda-feira (3). Ontem, em novo caso de viol�ncia em S�o Paulo, um analista financeiro foi queimado por assaltantes porque s� tinha R$ 100 no bolso e est� internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da capital paulista.
Um dos organizadores do protesto, D�cio Galiano J�nior, criticou a sensa��o de medo em S�o Paulo. “Eu saio para trabalhar de manh� e n�o sei se volto. A gente vai para um bar tomar um chope e n�o sabe se estar� seguro dentro do restaurante jantando. � por isso que n�s estamos aqui”, disse o representante comercial, que era amigo de inf�ncia de Gaddy. “N�s queremos ser escutados, que as pessoas vejam que o povo est� se movimentando para conseguir alguma coisa que � obriga��o dos pol�ticos”, acrescentou.
Amiga de Cinthya, a jornalista M�nica Formigoni tamb�m criticou a falta de medidas para garantir a seguran�a da popula��o. “Nossos pol�ticos est�o l�, andando de carro blindado, com seguran�a particular. Eles n�o usam a mesma seguran�a que eles oferecem � popula��o. N�s, que pagamos impostos, ficamos a merc� de bandidos”, protestou.
Durante o ato, o administrador Roberto Sekya coletou assinaturas para um abaixo-assinado que pede o endurecimento do C�digo Penal. A iniciativa � do Movimento pelo Fim da Impunidade, que re�ne parentes e amigos de v�timas de viol�ncia. “A Justi�a n�o funciona no pa�s, as leis s�o muito brandas, as penas s�o baixas e existe muito benef�cio de redu��o de pena”, disse.
O grupo defende o aumento da pena m�nima, de seis para dez anos de reclus�o, e tamb�m da pena m�xima, de 30 para 50 anos de encarceramento. “Antes que voc� seja a pr�xima v�tima, a sociedade precisa reagir”, conclamou.
A dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, teve o corpo queimado no dia 25 de abril, quando os criminosos que invadiram seu consult�rio descobriram que tinha apenas R$ 30 na contra banc�ria. No m�s seguinte, no dia 27 de maio, em S�o Jos� dos Campos, Alexandre Pe�anha Gaddy¸ de 41 anos, foi queimado quando os criminosos que invadiram seu local de trabalho constataram que ele n�o tinha dinheiro.
Funcion�rio do Col�gio Sion, Eduardo Paiva foi morto na �ltima segunda-feira (3) por criminosos que queriam os R$ 3 mil que ele havia acabado de sacar em uma ag�ncia banc�ria em Higien�polis, bairro nobre da regi�o central da capital paulista.