
Uma nova onda de protestos, maior do que as anteriores e com um leque de reivindica��es mais amplo, voltou ontem a tomar conta das ruas de importantes cidades, em diferentes regi�es. Em S�o Paulo, a a��o reuniu ao menos 50 mil pessoas, segundo estimativa da PM. Foi a quinta na capital paulista e a primeira sem confrontos abertos com a pol�cia. No final da noite, um grupo minorit�rio tentou invadir o Pal�cio dos Bandeirantes e foi repelido com bombas de g�s.Em todo o Pa�s, cerca de 230 mil pessoas foram �s ruas. As marchas foram caracterizadas sobretudo por express�es de rejei��o da pol�tica institucional.
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Em Bras�lia, manifestantes furaram o bloqueio policial e invadiram a �rea externa do Congresso, aos gritos de “o Congresso � nosso”. Cartazes com os dizeres “Fora Renan” e “Fora Feliciano” apareceram no ato, referindo-se ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RN), e ao presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara, o pastor evang�lico Marco Feliciano (PSC-SP).
No Rio, 100 mil pessoas se reuniram nas imedia��es da Assembleia Legislativa, que virou palco de um violento confronto. Pelo menos cinco PMs e sete manifestantes foram feridos - 1 deles a tiros -, e 77 PMs ficaram sitiados no Pal�cio Tiradentes.
Transpar�ncia e combate � corrup��o foram exig�ncias levadas �s ruas em Porto Alegre. Em Bel�m, a cobran�a de redu��o dos �ndices de criminalidade na cidade, uma das mais violentas do mundo, apareceu com destaque.
Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Macei� tamb�m registraram manifesta��es de rua. Os protestos se estenderam ainda para cidades do interior, como Londrina, no Paran�.
Foram registrados confrontos com a pol�cia em Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio e S�o Paulo. De maneira geral, os atos violentos envolveram pequenos grupos e ocorreram no fim dos protestos.
Insatisfeitos O ponto de liga��o entre os manifestantes nas diferentes cidades continuou sendo o protesto contra as tarifas dos transportes urbanos. Os rep�rteres do jornal O Estado de S. Paulo verificaram, por�m, que aumentou a variedade de grupos de insatisfeitos que aderiram aos protestos, com novas demandas.A cr�tica � viol�ncia policial foi uma quest�o frequente. Os gastos do governo federal com a Copa do Mundo tamb�m estiveram entre os alvos. A caminhada em Salvador cobrou melhorias nos sistemas de educa��o e sa�de p�blica.
Os participantes receberam demonstra��es de simpatia dos moradores das ruas por onde passavam em diferentes cidades. Em S�o Paulo, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, pessoas sa�ram �s janelas dos edif�cios comerciais para aplaudir e jogar papel picado sobre a passeata. Em Belo Horizonte, motoristas improvisaram um buzina�o de solidariedade.
Defensores do meio ambiente, feministas, organiza��es de direitos humanos, professores, e pais de manifestantes presos em atos anteriores foram alguns dos grupos que aderiram aos protestos.
A quinta manifesta��o contra o aumento da tarifa em S�o Paulo, embora tenha terminado com o confronto na sede do governo, n�o registrou a mesma viol�ncia das anteriores. Um pouco antes da passeata, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia confirmado que a PM dessa vez n�o usaria balas de borracha.Bombas de g�s lacrimog�neo, comuns nas manifesta��es anteriores, tamb�m foram recolhidas.
Hora de entender Pol�ticos de diferentes tend�ncias se manifestaram sobre os protestos, defendendo o direito dos manifestantes. A presidente Dilma Rousseff disse que as manifesta��es s�o “leg�timas e pr�prias da democracia”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou os dirigentes p�blicos que qualificam os manifestantes como baderneiros. “Os governantes e as lideran�as do Pa�s precisam atuar entendendo o porqu� desses acontecimentos”, disse. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) afirmou que manifesta��es sociais n�o devem ser encaradas como “coisa de pol�cia”. (Colaboraram Bruno Deiro, Diego Zanchetta, Giovana Girardi, Luciano Bottini Filho, Ocimara Balmant e Tiago Dantas).