O professor e pesquisador do departamento de Ci�ncias Sociais da Pontif�cia Universidade Cat�lica (PUC) do Rio de Janeiro Ricardo Ismael avalia que as manifesta��es que ocorrem em v�rias partes do Brasil est� provocando uma mudan�a na agenda nacional. Ele destacou que autoridades de diversas esferas do pa�s, que n�o deram declara��es nas primeiras manifesta��es, come�am a se manifestar. %u201CSignifica que, primeiro, a agenda mudou no pais. As ruas, com esse movimento todo, trouxeram novos pontos para a agenda. Os pol�ticos, de uma forma geral, passaram os �ltimos dias calados e agora come�am a falar o �bvio, o que est� nas passeatas%u201D, disse. Para o pesquisador, houve uma adapta��o � nova agenda, mas s� isso n�o � suficiente. %u201CDiscurso n�o conta mais n�o. O que importa agora s�o fatos concretos. Quem sair dizendo que vai fazer isso ou aquilo, se n�o mostrar como vai fazer, n�o tem muita repercuss�o. Isso a� mudou. Hoje s� tem uma coisa de concreta, recuaram nos aumentos das passagens. O resto n�o tem nenhuma repercuss�o%u201D, avalia. O professor lembra que em outros dois momentos da hist�ria do pa�s os estudantes foram decisivos. O primeiro foi na Passeata dos 100 Mil, em junho de 1968, no centro do Rio. Naquele momento, segundo ele, apesar de sofrer certa influ�ncia do movimento de maio de 68 na Fran�a, havia a luta contra a ditadura pela qual o pa�s atravessava. O outro evento, de acordo com o professor, foi o impeachment do ex-presidente Fernando Collor. %u201CA ditadura militar naquele momento era o elemento de mobiliza��o. Esse � um evento marcante. O evento do impeachment do Collor tamb�m, pela dramaticidade. � eleito e perde o mandato acusado de corrup��o. L� os estudantes foram �s ruas e n�o s� eles, tinha a CUT [Central �nica dos Trabalhadores], o PT, o Movimento de �tica na Pol�tica e os caras pintadas. Tem uma s�rie de movimentos que nascem e t�m repercuss�o forte. Esses dois s�o exemplos%u201D, disse. Na avalia��o de Ricardo Ismael, com rela��o �s manifesta��es atuais, agora � momento das pol�cias Militar e Civil analisarem as imagens para identificar os que est�o participando apenas com a inten��o de provocar depreda��es e atos de vandalismo. %u201CA Pol�cia Civil e a Militar t�m que tentar estabelecer alguma estrat�gia de identificar e prender essas pessoas. De fato n�o s�o manifestantes. N�o est�o ali para fortalecer a democracia. Ent�o com esse tipo de atitude tem que se lidar de forma profissional. Tem que identificar%u201D, defendeu.