Alvo principal dos protestos no Rio, o governador S�rgio Cabral (PMDB) saiu das ruas. H� uma semana n�o tem agenda p�blica e fez apenas um pronunciamento, durante entrevista coletiva na tarde de sexta-feira (21), mesmo dia em que tamb�m rompeu o sil�ncio o secret�rio de Seguran�a P�blica, Jos� Mariano Beltrame, candidato dos sonhos do PMDB para ser vice na chapa de Luiz Fernando Pez�o, que disputar� a sucess�o de Cabral em 2014.
As cobran�as a Cabral se intensificaram na noite de sexta-feira, quando um pequeno grupo passou a acampar na avenida Delfim Moreira, na orla do Leblon, a poucos metros do edif�cio onde mora o governador, na rua Aristides Esp�nola. Os jovens, que passaram o fim de semana acampados, protestam contra gastos p�blicos elevados com a Copa, cobram melhorias na educa��o e na sa�de e questionam o patrim�nio do governador, por morar em um dos pontos mais caros da cidade e do Pa�s. O quarteir�o da casa de Cabral foi fechado aos carros e teve o policiamento refor�ado.
"N�o tenho monop�lio nem unanimidade. Fui reeleito com 67% e 33% dos cidad�os n�o votaram em mim. Minha luta � que se mantenha no Brasil o debate democr�tico", afirmou Cabral na sexta-feira, rejeitando, contudo, a an�lise de que seja o principal alvo das manifesta��es. No fim de semana, Cabral n�o quis se pronunciar sobre a manifesta��o em sua porta e a assessoria n�o informou se o governador estava no Rio.
Cabral tem conversado quase todos os dias com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, mas os pol�ticos n�o conseguem avan�ar em uma avalia��o sobre o futuro dos movimentos que tomaram as ruas do Pa�s. "Perplexos", "estupefatos", "assustados" � o que mais se ouve sobre o sentimento dos governantes.
Atacados pelos gastos excessivos com a Copa, Cabral e o prefeito Eduardo Paes (PMDB) n�o t�m ido al�m da declara��o padr�o de que apoiam os movimentos pac�ficos e repudiam a viol�ncia. Pouco falam sobre reivindica��es, com o argumento de que s�o muito difusas.
Paes garantiu que os investimentos com sa�de e educa��o n�o ser�o afetados no corte necess�rio, segundo o prefeito, para arcar com o impacto de R$ 200 milh�es anuais nos cofres municipais em decorr�ncia da diminui��o das tarifas em R$ 0,20. Cabral disse se associar �s reivindica��es por sa�de, educa��o, combate � corrup��o e � impunidade e reafirmou ser contra a PEC 37, que restringe o poder de investiga��o do Minist�rio P�blico. Tamb�m repudiou o preconceito de qualquer tipo.