
Debaixo de chuva, �s quatro horas da manh� desta quinta-feira, 11, trabalhadores de tr�s centrais sindicais come�aram a bloquear os tr�s acessos do complexo industrial e portu�rio de Suape, no munic�pio de Ipojuca, a 55 km do Recife. Nenhum ve�culo nem �nibus que transportam trabalhadores puderam entrar no complexo, onde trabalham 75 mil pessoas - 25 mil em 105 empresas em opera��o e 50 mil em 50 empresas em constru��o.
N�o houve conflitos. Muitas empresas liberaram os trabalhadores diante do an�ncio da mobiliza��o sindical no Dia Nacional de Luta. Na entrada principal, em uma via interna do complexo, a TDR Norte, foram queimados pneus. Segundo o diretor de rela��es sindicais da For�a Sindical, Leodelson Bastos, o bloqueio ser� mantido at� o meio-dia, quando os trabalhadores ir�o para uma passeata no centro do Recife, aglutinando tamb�m movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Via Campesina, m�dicos e estudantes.
�s 5h30, Elias Gomes, operador de m�quinas da empresa Amanco, aguardava, dentro de um �nibus a libera��o da empresa. "Sa� de casa �s quatro horas, estamos aqui parados no bloqueio esperando orienta��o, mas acho que voltaremos para casa". Ele trabalha no turno das 5h30 �s 13h30. A dire��o do Porto de Suape estima que n�o haver� preju�zo nas importa��es e exporta��es do complexo com a paralisa��o de um turno nas importa��es e exporta��es do complexo, que trabalha 24 horas.
Na entrada principal do porto, o caminhoneiro mineiro S�rgio Nonato dos Santos, 53 anos, aguardava, pacientemente, ao lado do filho de tr�s anos, que o bloqueio o deixasse passar com um carregamento de farelo. Depois de passar quatro dias parado na BR-116, na Bahia, diante das manifesta��es de caminhoneiros, ele demonstrava esperan�a: "� para melhorar o Pa�s, � importante", afirmou ele, que reclama melhoria das estradas, redu��o do pre�o do combust�vel e aumento do frete.
De sapato alto vermelho e maquiado, o professor municipal Fl�vio Barreto, 30 anos, virou atra��o do bloqueio. "Sa� de casa Fl�vio e aqui fui batizado de Dilma", disse ele, que saiu de Escada, munic�pio pr�ximo, para apoiar o movimento. "Ou Dilma melhora ou vai perder a cadeira dela", afirmou o operador de rolo compressor Jos� Luiz da Silva, 29 anos, referindo-se � presidente de verdade. Uma faixa dava o recado dos manifestantes para a presidente: "Dilma, t� na hora de ouvir quem realmente d� duro pelo crescimento do Brasil".