
Mesmo preso h� quase dois anos, Ant�nio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, ainda comanda o com�rcio de drogas na comunidade da Rocinha, segundo a Pol�cia Civil. Nem foi preso em novembro de 2011, durante o in�cio da ocupa��o da Pol�cia Militar na favela, situada na zona sul da cidade.
Policiais militares do Batalh�o de Opera��es Especiais (Bope) ocuparam a comunidade at� setembro do ano passado, quando foi inaugurada a Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Rocinha. De acordo com o delegado Rochester Marreiros, adjunto da Delegacia da G�vea (respons�vel pela Rocinha), depois de ser preso, Nem deixou um testa de ferro para comandar a venda de drogas na favela em seu lugar.
Marreiros disse que que uma investiga��o policial iniciada em mar�o, que serviu de base para o pedido de pris�o de 58 pessoas que atuam na venda de drogas na Rocinha, traz ind�cios sobre a participa��o de Nem no neg�cio. Por meio das escutas telef�nicas do inqu�rito, a pol�cia constatou que, sempre que era necess�rio tomar alguma decis�o mais importante, os criminosos consultavam Nem. Portanto, segundo a pol�cia, Nem ainda seria o respons�vel pelo com�rcio de drogas no varejo mais lucrativo do estado do Rio, mesmo estando preso desde novembro de 2011 e apesar de o governo fluminense afirmar ter assumido o controle da comunidade.
De acordo com uma estimativa feita pela Pol�cia Civil, o tr�fico rende atualmente, em m�dia, R$ 6 milh�es por m�s nas v�rias bocas de fumo que ainda operam na comunidade, apesar da presen�a permanente de dezenas de policiais militares.
Ao divulgar os resultados da opera��o de hoje, para prender 58 suspeitos de envolvimento com a quadrilha de Nem, a Pol�cia Civil mostrou que o grupo criminoso atua de forma organizada, por meio de uma cadeia hier�rquica e de divis�es de trabalho, com cargos como gerentes, soldados (criminosos que andam armados e defendem as bocas de fumo) e os chamados vapores (pessoas que vendem a droga), como acontecia antes da ocupa��o da favela pela pol�cia.
O pr�prio tipo de gest�o do com�rcio ilegal foi mantido ap�s a pris�o de Nem, com a favela dividida em dois setores – a parte alta e a parte baixa – cada umafuncionando de forma relativamente aut�noma.
Depois da instala��o da UPP, os pontos de venda passaram a atuar de forma mais itinerante, sem locais fixos, mas, segundo a pol�cia, ainda s�o guardados por homens armados com pistolas e fuzis. O fato de criminosos atuarem de forma organizada e armada em meio a policiais militares provoca confrontos armados. V�rios tiroteios foram registrados na comunidade, desde o in�cio da ocupa��o policial, sendo que alguns terminaram com feridos e mortos.
Segundo Rochester Marreiros, com base em suas investiga��es, a Pol�cia Civil dever� pedir � Justi�a a decreta��o pris�o preventiva de Nem. Mesmo j� estando preso, explica Marreiros, o mandado de pris�o preventiva pode servir para complicar a vida do detento.