Programada para o pr�ximo dia 27, a Marcha das Vadias deste ano vai coincidir com a visita do papa Francisco ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se estender� de 23 a 28 deste m�s. N�o h�, entretanto, inten��o de fazer uma afronta ao sumo pont�fice, disse hoje (16) � Ag�ncia Brasil a historiadora e pesquisadora Nataraj Trinta, uma das organizadoras da marcha. %u201CN�o teria por que um movimento que faz uma marcha contra a viol�ncia buscar um confronto que possa gerar um ato de viol�ncia%u201D, ressaltou. Segundo Nataraj, o momento � prop�cio ao di�logo. A ideia � fazer um contraponto pac�fico � visita do papa, no qual ser�o colocadas as pautas da marcha, %u201Cque v�o de encontro ao Estado laico%u201D, completou. A Marcha das Vadias surgiu em Toronto, no Canad�, em resposta � declara��o de um policial que sugeriu a estudantes de uma universidade que n�o se vestissem como %u201Cvadias%u201D, ou seja, que n�o usassem roupas muito curtas, decotadas ou provocativas, para n�o serem estupradas. A declara��o foi divulgada por todo o mundo e interpretada pelas mulheres como a dupla culpabiliza��o da v�tima e isen��o do agressor. No Rio de Janeiro, a Marcha das Vadias ocorre desde 2011 e re�ne milhares de pessoas na orla de Copacabana. O movimento j� se estendeu por todas as capitais brasileiras. O objetivo � combater a viol�ncia contra as mulheres e os casos de abuso e estupro que t�m aumentado no pa�s. De acordo com dados do Dossi� Mulher do Instituto de Seguran�a P�blica do Rio de Janeiro (ISP-RJ), o n�mero de estupros de mulheres no estado do Rio de Janeiro aumentou 24,1%, em 2012, em rela��o com o ano anterior. As delegacias policiais do estado registraram 6.029 estupros no ano passado, sendo 82,8% contra mulheres, das quais 51,4% tinham de at� 14 anos de idade e 55,7% eram negras. Al�m do combate � viol�ncia contra a mulher e � culpabiliza��o da v�tima, este ano, %u201Cat� por causa do debate sobre os megaeventos no pa�s, incluindo a JMJ%u201D, o movimento decidiu abordar tamb�m o Estado laico. A marcha �, disse Nataraj, defende a n�o viol�ncia de g�nero em geral, porque a viol�ncia afeta tamb�m as transsexuais, l�sbicas, os negros e homossexuais, disse. Ela ressaltou que, para as mulheres, %u201C� muito cara a quest�o da autonomia dos nossos corpos. A n�o legaliza��o do aborto que ocorre no Brasil � uma quest�o muito cara para as mulheres. E tem acirrado cada vez mais, com o estatuto do nascituro, com a criminalidade de movimentos sociais que falam sobre a legaliza��o do aborto, entre outras coisas que a gente tem visto no Congresso Nacional%u201D. Segundo Nataraj, o movimento � democr�tico e pac�fico.