O papa Francisco usar� a viagem ao Brasil, que come�a na segunda-feira, 22, para expor ao mundo o “plano de governo” do pontificado. A ideia � esclarecer e aprofundar o que Francisco defende ser o car�ter social do Evangelho numa regi�o confrontada com a desigualdade social e num Pa�s que, nas �ltimas semanas, conviveu com manifesta��es populares.
Nos primeiros cem dias de papado, ele deu in�meros sinais da linha de pensamento. Denunciou a indiferen�a dos ricos em rela��o aos pobres, criticou a “tirania do dinheiro” e n�o poupou de cr�ticas o capitalismo. J� na posse, insistiu que queria uma “Igreja pobre”. Na semana passada, alertou para a “globaliza��o da indiferen�a” ao tratar dos imigrantes irregulares.
Fontes da Secretaria de Estado da Santa S� que conversaram em condi��o de anonimato com a reportagem apontaram que Francisco sabe que a visita ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pode p�r um selo no governo do Vaticano. O papa tamb�m tem consci�ncia de que essa marca deve ser estabelecida de forma r�pida. Apesar de estar em boas condi��es de sa�de, Francisco indicou a interlocutores que de maneira alguma a administra��o dele atravessar� duas d�cadas, como a do papa Jo�o Paulo II.
Por isso, o atual papa n�o quer perder tempo nem deixar d�vidas do que espera da Igreja e do papel da religi�o no mundo. De acordo com vaticanistas, o “evangelho social” estar� no centro das interven��es de Francisco no Brasil. H� duas semanas, o pont�fice romano ensaiou as prioridades: “O corpo de teu irm�o est� ferido porque est� com fome, com sede, porque est� nu, humilhado, porque � um escravo, porque est� na pris�o, no hospital. Essas s�o as feridas de Jesus hoje.”
Francisco dedicar� cada uma das interven��es no Brasil para explicar o que pensa que deve ser o papel da Igreja e ressaltar o fato de que as demandas por uma melhor condi��o de vida s�o leg�timas, numa refer�ncia �s manifesta��es n�o apenas no Brasil, mas em diversos pa�ses onde a popula��o se queixa da falta de servi�os e de viola��es aos Direitos Humanos.
Manifesta��es populares
O Vaticano tamb�m est� consciente dos protestos programados para ocorrer no Brasil durante a visita do sucessor de S�o Pedro na chefia da Igreja Cat�lica. Mas, no lugar de confront�-los, o pedido de Francisco � que as manifesta��es sejam usadas para chamar aten��o para a crise social que o mundo atravessa.