Dois dias ap�s a depreda��o do Leblon e Ipanema por manifestantes que protestavam perto da rua onde mora, o governador do Rio, S�rgio Cabral Filho (PMDB), apareceu publicamente nesta sexta-feira, pela primeira vez, para, em 14 minutos, anunciar a cria��o de uma comiss�o para investigar os incidentes.
Decreto editado nesta sexta-feira por Cabral instituiu a Comiss�o Especial de Investiga��o dos Atos de Vandalismo em Manifesta��es P�blicas (Ceiv), formada por Minist�rio P�blico, Pol�cias Civil e Militar e Secretaria de Seguran�a, mais de um m�s ap�s o in�cio dos quebra-quebras envolvendo protestos no Estado.
Sem dar detalhes, nem apontar nomes, o governador tamb�m acusou supostos grupos estrangeiros pelas manifesta��es violentas no Rio de Janeiro. "Voc� tem, nesses atos de vandalismo, tamb�m a presen�a de organiza��es internacionais cujas redes na internet permitem um n�vel de comunica��o que n�o se tinha no passado", disse Cabral.
"A gente sabe que h� organiza��es internacionais estimulando o vandalismo, estimulando o quebra-quebra." Desta vez, o governador n�o acusou a oposi��o de, com as manifesta��es, tentar antecipar a sucess�o, como fizera em entrevistas anteriores. Aparentando abatimento e acompanhado do secret�rio da Casa Civil, R�gis Fichtner, que tinha express�o grave, o governador respondeu a apenas cinco perguntas - deixou uma sexta para o auxiliar.
Cabral passara a v�spera isolado, participando de reuni�es com a c�pula da seguran�a e com chefes do Minist�rio P�blico, Tribunal de Justi�a, Defensoria P�blica e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio. Chegara a convocar uma coletiva, mas a suspendeu no �ltimo momento, e n�o apareceu em p�blico.
N�o visitou os lugares depredados, nem conversou com os comerciantes cujas lojas foram atacadas. Nesta sexta-feira, encerrou a r�pida coletiva alegando que tinha outro compromisso e saiu rapidamente. Antes, apesar de elogiar o trabalho da Pol�cia Civil (at� a v�spera, o caso do Leblon ficaria na 14.ª DP, defendeu a Ceiv.
"A cria��o da comiss�o tem o objetivo de dar maior coordena��o, agilidade e efici�ncia �s investiga��es", declarou." O envolvimento do Minist�rio P�blico, junto com a �rea de seguran�a do governo, ser� de grande valia para efici�ncia das investiga��es, para a elucida��o de crimes cometidos e para a aplica��o da lei.
Portanto tenho certeza que essa comiss�o dar� maior efetividade �s investiga��es, que � o que a sociedade deseja."Na v�spera, em entrevista da c�pula da seguran�a, informava-se que as investiga��es ficariam a cargo da 14ª DP, sob acompanhamento da "promotora natural" do inqu�rito, Patr�cia Glioche, segundo o procurador-geral de Justi�a, Marfan Martins Vieira.