Os 20 anos do assassinato de oito crian�as e adolescentes de rua em frente � Igreja da Candel�ria, no centro do Rio, epis�dio que ficou conhecido como a Chacina da Candel�ria, foram lembrados nesta sexta-feira e quinta-feira, 18. Na quinta � noite, uma vig�lia reuniu familiares de v�timas dessa e outras chacinas ocorridas no Estado, que estenderam faixas na porta da igreja e acenderam velas.
Nesta sexta pela manh�, o grupo se uniu a representes de ONGs e a crian�as atendidas por projetos sociais e encheram a Igreja da Candel�ria para uma missa em mem�ria das v�timas. Em seguida, o grupo, de cerca de cem pessoas, seguiu em passeata pela Avenida Rio Branco at� a Cinel�ndia.
O ato � anual. As faixas pediam, entre outras medidas, a desmilitariza��o da pol�cia e a n�o redu��o da maioridade penal. D�bora Maria da Silva, de 54 anos, do grupo de S�o Paulo M�es de Maio, que tem assento no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) da Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica, veio ao Rio dar seu apoio.
"As pessoas falam que 'o gigante acordou', mas as m�es que perderam seus filhos nunca dormiram", disse D�bora, cujo filho, Edson Rog�rio dos Santos, de 29 anos, foi morto em 2006 pela pol�cia, que revidava os ataques do grupo criminoso PCC.
A chacina foi na noite de 23 de julho de 1993. Mais de 50 crian�as e jovens dormiam na escadaria na Candel�ria e arredores. Quatro foram mortos a tiros ali mesmo. Um foi assassinado ao tentar fugir. Outro morreu dias depois em decorr�ncia dos ferimentos. Dois foram levados de carro pelos criminosos at� o Aterro do Flamengo, onde foram executados.
Hoje com 39 anos, Wagner dos Santos, ferido na chacina e principal testemunha do crime, vive na Su��a. Sua irm�, Patr�cia Oliveira, participa ativamente dos atos. "As chacinas n�o podem ser esquecidas. Os familiares das v�timas se d�o muito apoio, todos se juntam quando tem manifesta��o. N�o mudou muita coisa de 1993 para c�, tanto que aconteceram mais mortes".