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Estado de Minas

'Igreja tem de abrir � pluralidade', diz estudioso

Visita do papa Francisco ao Brasil serve de gancho para pesquisas


postado em 22/07/2013 08:43 / atualizado em 22/07/2013 10:11

A visita do papa Francisco ao Brasil, que come�a nesta segunda-feira, 22, e vai at� o pr�ximo domingo, ser� uma grande celebra��o entre cat�licos praticantes e poder� levar de volta � religi�o majorit�ria do Pa�s alguns fi�is que estavam afastados, mas n�o conseguir�, por si s�, alterar a perda de espa�o da igreja registrada nos �ltimos trinta anos. Para tentar frear a queda na propor��o de cat�licos, a igreja ter� que aumentar a presen�a na periferia e dar uma demonstra��o clara de toler�ncia e abertura � pluralidade.

A avalia��o � do cientista pol�tico Cesar Romero Jacob, professor da PUC-Rio que lan�ou, com sua equipe, o estudo Religi�o e territ�rio no Brasil, com base nos dados do Censo 2010. Para o pesquisador, tamb�m os evang�licos pentecostais t�m o desafio de encontrar um novo caminho para ganhar fi�is, j� que o ritmo de crescimento reduziu na �ltima d�cada, enquanto houve aumento significativo dos "evang�licos n�o determinados", aqueles que frequentam igrejas menores ou transitam de uma para outra.

"Na d�cada de 1980, a crise econ�mica profunda provocou enorme caos social, faveliza��o, migra��o do campo para as cidades, em especial as periferias, onde o Estado era ausente e a presen�a da Igreja Cat�lica, insuficiente. Esse foi o combust�vel do pentecostalismo. Nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz In�cio Lula da Silva, com pol�tica de inclus�o, redu��o da pobreza e da migra��o, o ingrediente que permitiu a expans�o t�o r�pida do pentecostalismo, � retirado, ele n�o cresce mais por combust�o espont�nea. Na pr�xima d�cada, (o futuro do catolicismo e do pentecostalismo) vai depender da compet�ncia de cada um para sobreviver e a atua��o pastoral ser� decisiva", diz Cesar Romero.

Embora a religi�o cat�lica seja majorit�ria no Pa�s, com 64,6% da popula��o, os mapas elaborados pelo pesquisador cruzando religi�o com renda e escolaridade mostram a crescente presen�a de evang�licos e, mais recentemente, dos sem-religi�o na periferias das grandes cidades, onde est�o os mais pobres e com menos estudos. "Isso se repete em v�rias capitais, em todas as regi�es. Se n�o houver um movimento da igreja cat�lica rumo � periferia, (a queda no n�mero de fi�is) n�o se resolve", diz o professor. "O Brasil transitou da hegemonia para a maioria cat�lica e est� transitando para o pluralismo religioso, mas a hegemonia crist� ainda continua". Os evang�licos s�o 22,1% da popula��o, sendo 4% de miss�o (tradicionais), 13,3% pentecostais e 4,8% de igrejas n�o determinadas.

As multid�es que se re�nem na Parada Gay, na Marcha para Jesus (evang�lica) e agora na Jornada Mundial da Juventude (cat�lica) s�o, para Cesar Romero, a evid�ncia desse momento de pluralidade. Para o professor, ter�o futuro as igrejas que se mostrarem mais tolerantes. "Quem conseguir lidar com a pluralidade tem mais chance de se firmar do que os intolerantes. O papa Francisco vai receber l�deres de religi�es africanas , o arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, aceita convites de escolas de samba, de blocos de carnaval. A visita do papa em si n�o reverte a perda de fi�is, mas revela simbologias. H� uma demanda por pluralidade e a igreja pode seguir nesse caminho. A igreja continua contra o casamento gay, mas pode n�o querer comprar essa briga e deixar os evang�licos na linha de frente desta quest�o", diz o professor.


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