Quem foi � missa inaugural da Jornada Mundial da Juventude, na ter�a-feira, 23, em Copacabana, acordou nessa quarta, 24, de ressaca. Sob um frio que chegou a 15 graus e uma chuva que n�o parou at� a madrugada, os fi�is precisaram enfrentar horas nas portas das esta��es de metr�, �nibus parados no tr�nsito e, em alguns casos, caminhadas quilom�tricas at� chegar aos alojamentos e �s casas de fam�lia. Mesmo com os trens em pleno funcionamento - a pane metrovi�ria terminou �s 18h40 - , o transporte p�blico do Rio n�o deu vaz�o � multid�o que voltava da zona sul para os bairros, e trajetos de 40 minutos se transformaram em p�riplos de at� cinco horas.
Ao contr�rio do esquema programado pela prefeitura, o tr�nsito n�o foi oficialmente interditado nas imedia��es da Esta��o Cardeal Arcoverde, a mais tumultuada, mas foi interrompido pelos milhares de fi�is que voltavam da missa ao mesmo tempo. A partir das 20h, a multid�o come�ou a se misturar a carros, t�xis e �nibus. Era tanta gente que a fila da Cardeal Arcoverde se misturou � da Esta��o Siqueira Campos, um quil�metro adiante. Faltou informa��o e at� comida - a espera para entrar nas lanchonetes credenciadas assustava os peregrinos.
Alojado no M�ier, na zona norte, a 20 quil�metros de Copacabana, um grupo de italianos saiu da missa �s 20h e tentou, em v�o, pegar um �nibus. “Eles n�o paravam quando a gente chamava. Os que paravam, estavam t�o cheios que n�o dava para subir”, contou Francesco Chinetti, de 18 anos. Eles resolveram andar at� Botafogo para pegar o metr� at� o centro e, de l�, tomar um �nibus. Chegaram em casa � 0h30. “O problema n�o � o evento, � o depois. � muita desorganiza��o, acho que n�o esperavam tanta gente nas ruas.”
Sem orienta��o, muitos visitantes ficaram perdidos em Copacabana. Os volunt�rios n�o estavam preparados para dar informa��es sobre transporte e os policiais mal conseguiam manter nas cal�adas as imensas filas dos pontos de �nibus. A peregrina Roseli Machado, de 48 anos, e mais um grupo de adolescentes de Harmonia (RS), sa�ram de Copacabana �s 21h30 e chegaram a Taquara, a 30 quil�metros de dist�ncia, � 1h30. Elas n�o sabiam que condu��o pegar e embarcaram em um �nibus que as deixou a tr�s quil�metros do alojamento, depois de horas no tr�nsito. A caminhada foi feita debaixo de chuva, em ruas escuras e desertas, sem sinaliza��o. “Foi horr�vel. Demos as m�os bem forte, teve uma hora que a gente at� rezou uma Ave Maria”, disse Let�cia Maria Pereira, de 16 anos.
Quem teve paci�ncia para esperar o metr�, como o chileno Ignacio Jacquest, de 17 anos, presenciou funcion�rios liberando a catraca para que os peregrinos entrassem mais rapidamente, sem pagar. Nas ruas de Copacabana, sacos de lixo se amontoavam nas cal�adas.