Francisco est� no Rio, � o bispo de Roma, mas nessa quinta-feira, 25, por alguns minutos, voltou ao posto de cardeal de Buenos Aires diante de 5 mil jovens argentinos, na Catedral do Rio, e com outras 30 mil pessoas amontoadas pelas ruas do centro. Em discurso de improviso, pediu uma Igreja “barulhenta” que “saia �s ruas”. No fim do encontro, desabafou a alguns conterr�neos: “Como � ruim estar enjaulado. Teria gostado de estar mais perto de voc�s”, disse, em tom de cr�tica ao esquema de seguran�a no Brasil.
O sumo pont�fice chegou a se queixar do esquema de seguran�a montado no Pa�s para sua viagem e os obst�culos que isso cria em seu contato com os fi�is. “Por momentos, me sinto enjaulado”, declarou. Na prepara��o do evento, o papa insistiu que gostaria de usar a viagem para se aproximar dos cat�licos e, em diversas ocasi�es, o Vaticano teve de confrontar os planos do governo brasileiro, que insistia em um esquema de seguran�a maior para o papa.
Enf�tico, o sumo pont�fice repetiu o que j� declarou em Roma e insistiu que a Igreja n�o pode ser apenas uma ONG. “Espero uma confus�o na Jornada Mundial da Juventude, mas quero confus�o e agito nas dioceses, que voc�s saiam �s ruas. Quero que a Igreja v� para as ruas. Quero que nos defendamos de tudo que seja acomoda��o e ficar fechado em torno de n�s mesmos. As par�quias devem sair �s ruas. Sen�o, acabam se transformando numa ONG. E a Igreja n�o pode ser uma ONG”, declarou. “N�o podemos esvaziar a f�”, disse.
Outro pedido do santo padre foi para que nem jovens nem velhos sejam exclu�dos da sociedade contempor�nea.
O papa se surpreendeu com o n�mero de argentinos. “A maioria dos jovens passou a noite toda aqui. E a maior parte permanece do lado de fora. Essa juventude vai ajudar a construir um mundo mais fraterno. Eles querem receber o esp�rito do Santo Cristo. Muito obrigado pelos que est�o aqui e pelos que est�o l� fora”, disse Francisco.
O p�blico n�o escondia a emo��o. O padre Claudio Pisano, de Buenos Aires, ressaltou que o papa usou express�es argentinas. “S�o palavras muito pr�prias dele. A ideia � que a Igreja chame aten��o para si de forma alegre”, disse o padre, ordenado em 2002 por Bergoglio.
Longa fila
A espera dos fi�is argentinos come�ou ainda na noite de quarta-feira, 24. Por volta das 19 horas, os grupos j� formavam filas e enfrentaram frio de 12°C. “Foi muito sacrif�cio, mas toda espera valeu”, disse Cristina Ferreira, de 37 anos. Mas muitos que pernoitaram na fila n�o conseguiram entrar. “Cheguei �s 23 horas, mas n�o consegui. N�o fico decepcionada, pois o objetivo � a unidade da f� e a felicidade que a b�n��o do papa d� a todos, mesmo a quem n�o o v�”, disse a argentina Rocio Solinas.