Dirigentes de entidades m�dicas criticam modelo do Mais M�dicos

M�dicos e dirigentes de entidades da �rea est�o reunidos nesta sexta-feira, em Bras�lia, em encontro nacional que tem como um dos itens a mobiliza��o contra o Programa Mais M�dicos. Dirigentes das entidades criticaram o modelo de presta��o de servi�o dos m�dicos que trabalhar�o como bolsistas durante os tr�s anos de atua��o no programa.

“Muitos colegas querem ir para o interior sim, mas n�o v�o com uma bolsa, sem nenhum encargo trabalhista. � uma ironia o governo dar uma bolsa a uma categoria m�dica, sem f�rias, sem d�cimo terceiro sal�rio e FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o]. M�dico n�o trabalha com bolsa sabendo que ap�s tr�s anos estar� desempregado. O que ele precisa � de um plano de carreira de Estado que � a �nica forma real de fixar o m�dico e, tamb�m, condi��es de trabalho”, disse a presidente da Associa��o Nacional de M�dicos Residentes (ANMR), Beatriz Costa.

O Mais M�dicos seleciona profissionais brasileiros e estrangeiros para trabalhar nas periferias das grandes cidades e no interior do pa�s. Os brasileiros t�m prioridade nas vagas e os estrangeiros podem ocupar as n�o preenchidas. O programa prev� o pagamento de uma bolsa-forma��o no valor de R$ 10 mil.

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d'�vila, tamb�m � contra o modelo proposto pelo Mais M�dicos e defende a cria��o de uma carreira de Estado para os profissionais. “O m�dico vai trabalhar com bolsa, ora, bolsista s� para bolsa de trabalho em situa��es espec�ficas na lei. Esses s�o m�dicos que, em vez de ter seu d�cimo terceiro e f�rias, v�o ser chamados de estudantes s� para burlar a legisla��o trabalhista, mas v�o trabalhar como empregados”, disse.

O Minist�rio da Sa�de se manifestou anteriormente sobre as cr�ticas informando que a bolsa no valor de R$ 10 mil, prevista no Mais M�dicos, consiste em uma “bolsa-forma��o”, uma forma de remunera��o para a especializa��o na aten��o b�sica que ser� feita ao longo dos tr�s anos de atua��o no programa. Al�m disso, a pasta argumenta que os m�dicos v�o ter que contribuir com a Previd�ncia Social para terem direito a licen�as e outros benef�cios.

Na quinta-feira, os m�dicos conversaram com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a Medida Provis�ria (MP) 621, que cria o Programa Mais M�dicos, e pediram apoio do parlamentar para a derrubada do veto presidencial ao Projeto de Lei do Ato M�dico.

A mobiliza��o dos m�dicos � organizada pelo CFM, ANMR, Associa��o M�dica Brasileira (AMB), Federa��o Nacional dos M�dicos (Fenam) e Federa��o Brasileira de Academias de Medicina (Fbam).