Uma moradora do bairro da Bomba do Hemet�rio, no Recife conseguiu na Justi�a Federal o direito de voltar a conviver com seu �nico “companheiro” dos �ltimos nove anos. Um papagaio deve retornar nos pr�ximos dias para alegrar a casa de Ged�lia Valentim Ferreira, 53 anos.
A ave havia sido retirada do seu conv�vio pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama), em junho, ap�s denuncia de maus tratos. No come�o da noite de ontem a Justi�a divulgou a decis�o em car�ter liminar do juiz federal da 2ª Vara Federal em Pernambuco, Francisco Alves dos Santos J�nior. No texto, o magistrado determina que o papagaio seja restitu�do em car�ter provis�rio a Ged�lia at� a senten�a. “Na pr�tica, � um per�odo de avalia��o”, disse o juiz, avaliando que essa era a melhor solu��o para Ged�lia e o papagaio.
“O animal tamb�m estava com depress�o”, afirma o juiz, acrescentando que, desde a apreens�o, quando foi levado evado para o Ibama, o papagaio parou de falar e ficava quieto. “S� se animava quando a senhora ia visit�-lo”, observou. Ao ingressar na Justi�a para recuperar o papagaio Ged�lia informou que estava doente e comprovou, por meio de laudos, sofrer de depress�o. Em sua defesa, ela alegou que o papagaio era sua �nica companhia desde que o encontrara com uma garra quebrada no quintal da resid�ncia de seu irm�o, em 2004, no bairro de Pau Ferro, Regi�o Noroeste da Capital.
Apreendido durante uma fiscaliza��o e levado para a sede do Ibama, o papagaio foi avaliado por veterin�rios. Um laudo emitido pelo �rg�o comprova que a ave sofria maus-tratos, j� que a teve as asas parcialmente cortadas. Avaliando o caso, por�m, o juiz Francisco Alves concluiu que os danos alegados pelo Ibama foram provocados por mera desinforma��o. “Ela cortava as asas errado e machucava o animal, al�m de fornecer alimenta��o inadequada, provocando anemia no papagaio”, pontuou. Mas o fato de reconhecer o erro e se oferecer para aceitar vistorias e buscar orienta��o do Ibama sobre o melhor tratamento para o papagaio acabaram convencendo o juiz a conceder a guarda provis�ria. A entrega da ave s� deve ocorrer na pr�xima semana.