Rio, 13 - A ONG Rio de Paz realizou nesta ter�a-feira, 13, um ato para cobrar uma solu��o para o sumi�o, h� quase um m�s, do pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 43 anos. O protesto ocorreu em frente � Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), antes de uma audi�ncia p�blica promovida pela Comiss�o de Direitos Humanos da Casa para discutir os casos de desaparecimentos n�o esclarecidos no Estado.
O grupo colocou nas escadarias do Pal�cio Tiradentes, sede da Alerj, dois manequins sujos de tinta vermelha, simbolizando sangue. Um dos bonecos foi colocado em meio a pneus para representar um "micro-ondas", no qual v�timas t�m o corpo incendiado. No Rio, a pr�tica � comum em favelas dominadas pelo tr�fico de drogas. Dezoito atores, tamb�m sujos de tinta vermelha, fizeram uma encena��o no local.
Amarildo est� desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando foi conduzido por policiais militares de sua casa at� � sede da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, na zona sul do Rio.
Presidente do Rio de Paz, Ant�nio Carlos Costa destacou que o n�mero de desaparecidos no Estado do Rio vem subindo ano a ano. "H� milhares de Amarildos por a�. Cerca de 35 mil pessoas sumiram de 2007 a 2013 no Estado. Queremos uma pesquisa para saber quantos desses desaparecidos foram assassinados. O Rio est� repleto de locais de desova e cemit�rios clandestinos. Os rios que des�guam na Ba�a de Guanabara est�o repletos de cad�veres. O caso do Amarildo chamou a aten��o para o fen�meno, que deveria causar indigna��o nas autoridades", afirmou Costa.
A esposa de Amarildo, Elizabete Gomes da Silva, participou da audi�ncia p�blica, e disse ter certeza que o pedreiro est� morto. "N�o tenho mais esperan�a... Meu marido nunca saiu de casa. A �ltima que ele disse antes de sumir foi: 'Bete, meus documentos est�o com aquele policial'... e entrou na viatura da PM. S� queremos saber onde ele est�."