Terminou sem consenso a reuni�o entre o presidente da C�mara Municipal do Rio, Jorge Felippe (PMDB), e dez manifestantes que ocupam o pr�dio desde sexta-feira, 9. O vereador afirmou que n�o tem autoridade para anular a sess�o de instala��o da CPI dos �nibus ocorrida na sexta-feira contrariando uma das reivindica��es do grupo, que pediu que rep�rteres n�o pudessem presenciar a conversa.
"N�o posso desrespeitar o regimento", afirmou Felippe, ressaltando que todos os membros da CPI assinaram a ata da sess�o inaugural, reconhecendo sua legalidade. No entanto, o vereador Eliomar Coelho (PSOL), que prop�s a CPI, rebateu a declara��o, alegando que na ata � mencionado que ele pediu uma pausa de 20 minutos para que mais pessoas pudessem chegar � reuni�o e, vendo que elas n�o tiveram a entrada no pr�dio permitida, desistiu de presidir a sess�o.
Segundo os manifestantes, a pr�pria sess�o inaugural foi contra o regimento, uma vez que n�o foi liberada a participa��o irrestrita da popula��o. Eles pedem, al�m da anula��o da sess�o, a ren�ncia dos quatro membros da CPI que n�o assinaram o seu requerimento: Chiquinho Braz�o (PMDB), que foi eleito presidente da comiss�o, Professor U�ston (PMDB), eleito relator, Renato Moura (PTC) e Jorginho da SOS (PMDB), todos da base governista. O grupo quer, ainda, que Eliomar Coelho seja o presidente, conforme a tradi��o da C�mara.
"Eles parecem cachorro correndo atr�s do pr�prio rabo, � sempre a mesma coisa", comentou Jorge Felippe, ap�s a reuni�o com o grupo. Os manifestantes tamb�m criticaram o fato de o regimento interno da C�mara remontar ao per�odo da Ditadura Militar, fato reconhecido pelo presidente da casa.
Oito vereadores de oposi��o, entre eles Eliomar Coelho, pretendem entrar com um mandado de seguran�a para pedir anula��o da sess�o, ap�s o Minist�rio P�blico declarar que n�o tem como intervir. Tereza Bergher (PSDB) disse que o grupo estuda as op��es legais para anular a sess�o. "Consideramos tamb�m uma liminar." O vereador tamb�m estuda a instala��o de uma "CPI paralela", que acompanharia o andamento da CPI principal. "Poder�amos ter acesso aos mesmos documentos", disse Coelho.
Uma reuni�o entre os membros da CPI, que visa a estabelecer um cronograma de trabalho, est� prevista para acontecer nesta quinta-feira, 15, �s 10 horas. No entanto, Eliomar Coelho disse que s� participar� se o encontro ocorrer no plen�rio e for aberto ao p�blico. "Se for no cerimonial, como est� previsto, n�o vou participar, porque � como uma reuni�o a portas fechadas."
Insatisfeitos com o resultado da reuni�o com Jorge Felippe, os manifestantes decidiram manter a ocupa��o na C�mara. Eles tamb�m convidaram o PMDB para um di�logo, ao se darem conta que o partido "manda na casa". Ao final da reuni�o, os ativistas que acampam do lado de fora come�aram a protestar, gritando palavras de ordem. Os port�es do Pal�cio Pedro Ernesto foram fechados.
O vereador eleito presidente da CPI dos �nibus, Chiquinho Braz�o, refor�ou que n�o renunciar�. "N�o � por uma quest�o de apego, pois sequer pedi para ocupar o cargo. Fico em respeito �s institui��es e ao povo. N�o considero como popular um movimento que se recusa ao di�logo e utiliza de viol�ncia para alcan�ar seus objetivos."
Braz�o comentou, ainda, que a sess�o inaugural ocorreu "dentro da mais absoluta normalidade" e que "estava completamente lotada". O vereador disse tamb�m que n�o � a verdade a vers�o de que ele n�o assinou o requerimento da CPI. "Esta � outra lenda criada pelo vereador Eliomar. O que aconteceu foi que, diante da press�o popular pela abertura da comiss�o, o prefeito Eduardo Paes liberou sua base aliada para assinar o requerimento. Quando Eliomar conseguiu o n�mero necess�rio de assinaturas, simplesmente deu entrada com o pedido, sem procurar os demais vereadores."