Rio, 23 - Investigadores da Divis�o de Homic�dios (DH), que conduzem o inqu�rito do suposto assassinato de Amarildo Souza, de 43 anos, realizaram na �ltima quarta-feira, 21, uma reconstitui��o informal dos �ltimos passos do pedreiro at� seu sumi�o, na Favela da Rocinha, zona sul do Rio.
A mulher da v�tima, Elisabete Gomes da Silva, participou da reprodu��o simulada. O objetivo foi dissipar todas as d�vidas do trajeto de Amarildo de sua casa, na Rua 2, at� a sede da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na localidade conhecida como Port�o Vermelho. Ele est� desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando foi conduzido por policiais militares � UPP "para averigua��o".
Bete indicou aos agentes o caminho exato que Amarildo, acompanhado dos PMs, fez a p� entre sua casa e o Centro de Comando e Controle, na parte alta da Rua 2. � neste posto que s�o monitoradas as imagens das 80 c�meras de seguran�a da Rocinha.
Se o pedreiro e os PMs tivessem subido direto pela Rua 2, eles teriam sido filmados por outras c�meras. No entanto, Bete mostrou aos policiais os becos utilizados pelo grupo para chegar ao centro de monitoramento. Foi ali que Amarildo foi colocado dentro da viatura da PM que o levou � sede da UPP. Esta � a �ltima imagem de Amarildo vivo. Inicialmente, Bete tamb�m aparece � esquerda do v�deo. Ao avistar Amarildo, a mulher corre em dire��o � viatura, que deixa o local.
Todo o procedimento foi filmado e fotografado pelos pr�prios policiais. O delegado Rivaldo Barbosa e o promotor Homero Freitas, respons�veis pelo inqu�rito, n�o estavam presentes. A reconstitui��o informal foi sigilosa para n�o chamar a aten��o de moradores da favela e da imprensa. Procurada nesta sexta-feira pela reportagem, a Pol�cia Civil n�o se manifestou sobre o caso.
A DH espera realizar a reprodu��o simulada oficial na semana que vem. Antes, os policiais querem ouvir novamente o depoimento de Bete, marcado para a pr�xima segunda-feira, 26. No dia seguinte, ela vai comparecer ao Minist�rio P�blico, para depor no inqu�rito policial militar (IPM) aberto pela Corregedoria da PM para investigar o suposto sequestro de Amarildo.
A oitiva estava marcada para ocorrer na Coordenadoria de Pol�cia Pacificadora, unidade da PM no Complexo do Alem�o. Por�m, a pedido do advogado Jo�o Tancredo, o depoimento ser� dado na sede do MP. Segundo Tancredo, que representa a fam�lia do pedreiro, Bete n�o ficaria confort�vel em falar num quartel da PM, pois se sente amea�ada.