Elisabete Gomes da Silva, mulher do pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 43 anos, morador da favela da Rocinha (zona sul do Rio) sumido desde 14 de julho, prestou depoimento durante toda esta segunda-feira, 26, na Divis�o de Homic�dios (DH) da Pol�cia Civil do Rio, que investiga o caso. Acompanhada pelo sobrinho Carlos Henrique Moraes, de 26 anos, e pelo advogado Jo�o Tancredo, Bete chegou � DH �s 10h30 e continuava sendo ouvida �s 17h30. O delegado Rivaldo Barbosa, que investiga o caso, mostrou a ela diversas vezes as �ltimas imagens de Amarildo sendo conduzido por policiais militares na Rocinha antes de seu sumi�o. O objetivo era que Bete identificasse todos os PMs que aparecem nas imagens. "Vai fazer dois meses que meu marido sumiu e at� agora eu e meus filhos n�o temos qualquer resposta. Amarildo desapareceu depois de ser levado de casa at� a Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP). Os policiais t�m que dar conta disso", afirmou. Bete reconheceu pelo menos dois policiais. Um deles seria o soldado Douglas Roberto Vital Machado, conhecido como Cara de Macaco. Ele � um dos policiais que aparecem na �ltima imagem registrada de Amarildo, quando ele sai do Centro de Comando e Controle da Rocinha, na rua Dois, e � colocado na viatura que o levou � sede da UPP, na parte alta da favela. Vital tamb�m foi acusado de torturar pelo menos tr�s vezes um adolescente de 17 anos, filho de um primo de Amarildo, antes do sumi�o do pedreiro, no dia 14 de julho. A �ltima agress�o teria ocorrido no dia 13. As acusa��es foram feitas durante depoimento prestado pelo adolescente ao Minist�rio P�blico do Rio na �ltima sexta-feira, 23. O Comando de Pol�cia Pacificadora informou que o policial foi afastado da UPP no dia seguinte ao registro do sumi�o de Amarildo. Bete afirmou nesta segunda que sua fam�lia continua sendo amea�ada por policiais da UPP. "Eles n�o fazem amea�as diretamente a mim, porque sabem que estou em evid�ncia, mas me xingam e implicam comigo. Eu n�o falo nada, s� escuto. Mas ontem (domingo) pegaram um sobrinho meu por volta das 16 horas, e os PMs disseram que ele deu sorte porque n�o era noite e eles n�o estavam em uma viela", afirmou Bete, sem revelar a identidade do sobrinho.