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Estado de Minas

Rio mais polu�do do Pa�s, Tiet� � tamb�m o mais rico


postado em 22/09/2013 07:43 / atualizado em 22/09/2013 10:25

Homem empurra lixo pescado do rio Tietê em Santana do Parnaíba, a 32 quilômetros de São Paulo(foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
Homem empurra lixo pescado do rio Tiet� em Santana do Parna�ba, a 32 quil�metros de S�o Paulo (foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

Comparado ao tamanho dos rios amaz�nicos, o Tiet� � um regato. Nas estat�sticas, por�m, � uma catarata de superlativos. Estudo in�dito do Estad�o Dados mostra que o Tiet� e seus afluentes formam a bacia hidrogr�fica mais populosa, mais rica e mais polu�da do Brasil. � tamb�m a de maior desenvolvimento humano do Pa�s.

A produ��o da bacia do Tiet� soma R$ 1 trilh�o por ano. A cada R$ 4 do PIB brasileiro em 2010, R$ 1 saiu do entorno do rio e de seus tribut�rios. �s suas margens ou perto delas moram 30 milh�es de pessoas, a maior popula��o ribeirinha do Pa�s, com m�dias de 10,6 anos de estudo e 75,3 anos de vida.

O Rio Tiet� - cujo dia � comemorado hoje - nasce acima dos mil metros de altitude, nas encostas da Serra do Mar, em Sales�polis, a leste da capital. Corre 1.136 quil�metros para o interior, por 73 munic�pios paulistas. Des�gua no Rio Paran�, entre Itapura e Castilhos, 300 metros acima do n�vel do mar. S�o apenas 740 metros de desn�vel da nascente � foz, ou 1 metro de declive a cada quil�metro e meio de percurso, em m�dia.

Mesmo assim, as quedas do Tiet� s�o famosas desde antes dos bandeirantes. Uma das maiores cachoeiras era chamada pelos �ndios de utu-gua�u, ou salto grande. Acabou por batizar as cidades de Itu e Salto.

Para fugir desse trecho inicial tortuoso e cheio de corredeiras, a navega��o rio abaixo entre os s�culos 18 e 19 come�ava em Araritaguaba, atual Porto Feliz, com destino �s minas de ouro de Cuiab�. Por s� poderem ser feitas em parte do ano, no per�odo de cheia do rio, as expedi��es eram chamadas de mon��es - como as navega��es portuguesas pelo �ndico.

As longas canoas eram escavadas em enormes troncos derrubados ao longo das margens do rio e seus afluentes, como o Piracicaba. Escavadas na madeira maci�a, levavam mantimentos, ferramentas e escravos para as minas, e traziam ouro.

Hoje, a hidrovia Tiet�-Paran� percorre 2,6 mil quil�metros e transporta 6 milh�es de toneladas de cargas anualmente, entre insumos e gr�os. Um comboio de seis barca�as carregadas tira 210 carretas das estradas, gastando um quarto do combust�vel e emitindo um ter�o da quantidade de carbono.

O IDH na sua bacia � 14% maior do que a m�dia do Brasil. Porque a esperan�a de vida ao nascer � tamb�m mais alta: 75,3 anos. � bem diferente de 100 anos atr�s, quando as margens e v�rzeas do Tiet� eram evitadas pela popula��o temerosa das enchentes e de doen�as como a mal�ria.

Na educa��o, a expectativa de anos de estudo na bacia do rio � 11% maior do que a m�dia brasileira (9,5 anos). A desigualdade de renda � menor do que no resto do Pa�s. O �ndice de Gini ao longo do Tiet� varia de 0,33 a 0,67 (quanto mais pr�ximo de 1, mais desigual), mas, na m�dia, esse valor � de apenas 0,44 - ou 27% menor do que a m�dia do Brasil.

O desenvolvimento econ�mico e demogr�fico custou caro ao rio. A qualidade de suas �guas, cristalinas em Sales�polis, torna-se apenas "boa" em Biritiba-Mirim, "razo�vel" em Mogi das Cruzes e "ruim" em Itaquaquecetuba.

Na conflu�ncia com o Rio Aricanduva, j� em S�o Paulo, fica "p�ssima", e segue assim por mais 200 quil�metros, at� o desemboque do Sorocaba, em Laranjal Paulista. A seguir v�m mais 130 quil�metros de �gua ruim. Ela s� volta a ficar boa em Barra Bonita.

A degrada��o se deve ao despejo de efluentes industriais e de 595 bilh�es de litros de esgoto dom�stico n�o tratado todo ano no rio - 40% do total do Brasil. S� a capital � respons�vel por jogar 750 milh�es de litros de esgoto em estado puro no Tiet� diariamente.

Apesar disso, na maior parte de seu curso, o Tiet� tem �guas de boa qualidade. Em Ara�atuba, ela vai parar nas torneiras. Em Pen�polis, abriga clubes de pesca de pacus e tucunar�s.

Nos �ltimos 30 quil�metros antes de chegar � foz, no Rio Paran�, as �guas do Tiet� voltam a ter a mesma excel�ncia dos primeiros 40 quil�metros de seu curso. Com pouca ajuda, o rio mais polu�do do Brasil se recupera e termina t�o limpo quanto come�ou. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

 


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