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Estado de Minas

Laudo compara Marcelo Pesseghini a Dom Quixote


postado em 23/09/2013 19:43 / atualizado em 23/09/2013 20:13

Um laudo psiqui�trico elaborado sobre Marcelo Pesseghini, de 13 anos, compara o adolescente ao personagem Dom Quixote, da obra de Miguel de Cervantes. O laudo foi elaborado pelo psiquiatra forense Guido Palomba e aponta que Pesseghini teve falta de oxigena��o no c�rebro, desenvolveu "encefalopatia", o que o levou ainda a portar um "del�rio encapsulado".

O documento refor�a que tiros e homic�dios eram assuntos recorrentes na casa de Marcelo, por conta da profiss�o dos pais, e ressalta que o adolescente era influenciado por jogos violentos. As ideias delirantes que misturam imagin�rio � realidade foram comparadas ao personagem de Cervantes. "Sofrendo de encefalopatia, desenvolveram sobre esse terreno (inconsciente neural) ideias delirantes sistematizadas e circunscritas (del�rio encapsulado), nas quais a imagina��o e a realidade se misturam morbidamente", diz o laudo.

"Ao matar os familiares viu-se livre para o mundo imaginado, tornou-se de fato um justiceiro e forniu a mochila com perfume, uma cal�a, uma faca, um pequeno rev�lver e alguns rolos de papel higi�nico - isso porque sabia que sem medica��o (sua mochila n�o tinha rem�dios) sofreria diarreias e secre��es, dadas as graves les�es pancre�tica e pulmonar - e saiu para dar andamento ao seu ideal quixotesco, na acep��o exata do termo", diz o laudo.

O laudo psiqui�trico retoma a compara��o com Dom Quixote: "Recordando, Dom Quixote perdeu a raz�o depois de ler muitos livros de cavalaria (Marcelo depois de muitos videojogos) e partiu para se tornar um cavaleiro errante (Marcelo, justiceiro errante). O autom�vel de Marcelo no lugar do cavalo Rocinante; a faca e o rev�lver em vez da lan�a e do escudo; Sancho Pan�a (o escudeiro) seria os amigos da escola, convidados no dia seguinte; a sa�da de Dom Quixote de um lugar de La Mancha, tal qual Marcelo de casa. E em ambos, a empreitada que daria realidade a um ideal justiceiro e andante, com a diferen�a de que Dom Quixote tinha por amada Dulcineia de El Tobos e Marcelo nunca namorara".

"E ainda mais, o fim de ambos � igual em um ponto: ao retornarem ao lugar de origem, sentiram-se fracassados; por�m, o cavaleiro andante morreu de tristeza e o cavaleiro andante se suicidou", diz o laudo psiqui�trico.

O relat�rio, que est� com o Departamento de Homic�dios e de Prote��o � Pessoa (DHPP) e ser� anexado ao inqu�rito, afirma ainda que Marcelo era educado, t�mido e calmo, um pouco inibido, que a profiss�o dos pais o marcou "e fazia parte de seu imagin�rio". De acordo com o laudo, a motiva��o do crime foi "psicopatol�gica".

O crime aconteceu entre a noite do dia 5 e a madrugada do dia 6 de agosto, na resid�ncia da fam�lia, na Vila Brasil�ndia, zona norte de S�o Paulo. Marcelo teria matado os pais, que eram policiais, a av� e a tia-av�. Em seguida, teria pegado o carro da m�e e estacionado na rua da escola, onde teria passado a noite. Pela manh�, assistiu �s aulas normalmente e ao retornar para casa, teria cometido suic�dio.


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