Os profissionais estrangeiros do Programa Mais M�dicos passar�o por um treinamento especial no Rio sobre dengue, doen�a que causou ao menos nove mortes na cidade de janeiro a maio deste ano. De acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de, os tr�s profissionais vindos de outros pa�ses e que atuar�o na capital v�o ser orientados sobre as caracter�sticas da capital e a incid�ncia da dengue. "J� nos falaram que em uma �poca do ano, o Rio tem muita dengue, e � uma doen�a que n�o temos no meu pa�s. Por isso, estamos fazendo uma capacita��o especial para lidar com essa doen�a. Estamos tratando de tudo sobre ela, desde a parte m�dica at� a parte sanit�ria, com as campanhas de preven��o", disse a m�dica espanhola N�ria Heredia, de 39 anos, que far� parte da equipe da Cl�nica da Fam�lia Armando Palhares, prestando aten��o b�sica a um grupo de 3,6 mil moradores de Realengo, na zona oeste. No ano passado, at� meados de maio, a regi�o de Bangu e Realengo tinha registrado mais de 19 mil casos da doen�a, cerca de dez vezes mais que os bairros da zona sul, segundo dados divulgados na �poca pela secretaria. Bangu e Senador Camar� receber�o os outros dois m�dicos estrangeiros. Hoje, os tr�s conheceram um conjunto habitacional em Realengo e a cl�nica da fam�lia, onde Nuria ir� trabalhar. "Eu j� sabia que ia trabalhar em uma das zonas mais carentes do Rio e estou muito animada com isso. Minha inten��o � ajud�-los em tudo o que eu puder fazer", diz a m�dica, que trabalhava no sistema p�blico de sa�de na Espanha. A peruana Roxana Alvarez, que se formou em medicina no M�xico, j� tinha trabalhado na aten��o b�sica em uma comunidade pobre do pa�s, e l� chegou a tratar de pacientes com dengue. "No M�xico, tem bastante dengue tamb�m. Morei no norte do pa�s e j� tive contato com pacientes com essa doen�a. � uma doen�a que no in�cio se parece muito com outras, mas n�o chega a ser dif�cil de diagnosticar". Roxana estava no Brasil participando de um curso de especializa��o e viu no programa uma oportunidade de continuar no pa�s. Agora, vai trabalhar em Senador Camar�, bairro que, assim como Bangu e Realengo, fica em uma das �reas que concentra o maior n�mero de homic�dios da capital. Entre janeiro e julho deste ano, foram registradas 92 mortes, segundo o Instituto de Seguran�a P�blica da Pol�cia Civil. "Chegaram a me falar para n�o escolher o Rio, mas eu escolhi e n�o estou assustada com a viol�ncia. Sei que a �rea � carente e os moradores v�o proteger os m�dicos", diz. Para o argentino Hugo Galantini, que est� no Brasil desde outubro de 2010, o programa significou uma mudan�a de foco profissional, j� que fazia um curso de especializa��o em psiquiatria e vai agora atuar na aten��o b�sica. "A cl�nica m�dica e a psiquiatria sempre foram as �reas que eu gostei. O importante � ter um foco na sa�de do povo brasileiro. Acredito muito nisso", disse o m�dico, ressaltando que o curso de prepara��o tamb�m deu enfoque a tuberculose. Segundo o Minist�rio da Sa�de, os m�dicos do programa tiveram informa��es sobre a dengue durante o m�dulo de acolhimento, e, nos estados em que atuar�o, ser�o orientados sobre doen�as e dados locais. A atua��o dos tr�s m�dicos estrangeiros no Rio ainda depende da concess�o do registro profissional por parte do Conselho Regional de Medicina (Cremerj). Segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, a documenta��o j� foi encaminhada.