Pela primeira vez, os condom�nios P�r do Sol e Sol Nascente foram estudados isoladamente dos outros espa�os de Ceil�ndia. Juntas, as duas ocupa��es possuem 78.912 moradores. O n�mero aponta o crescimento da popula��o na regi�o — que n�o conta com sistema de saneamento b�sico, entre outros problemas de infraestrutura. No Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a popula��o era de 56.483 pessoas. Com a nova marca, o Distrito Federal passa a abrir a maior favela do pa�s — � frente da internacionalmente famosa Rocinha, no Rio de Janeiro, que conta com 69.161 habitantes, de acordo com a pesquisa nacional de 2010 — n�o h� n�meros atualizados do crescimento da favela carioca.
Moradores e l�deres comunit�rios acreditam que a quantidade de pessoas nas duas ocupa��es � muito maior. “H�, pelo menos, 120 mil pessoas vivendo no P�r do Sol e no Sol Nascente. � muito complicado uma pesquisa por domic�lio ser eficaz aqui. H� lotes com dezenas de casas, resid�ncias com mais de uma fam�lia morando. Enfim, uma estrutura domiciliar completamente diversa da dos outros locais do DF”, analisou o l�der comunit�rio Carlos Botani.
O crescimento vertiginoso foi apontado pela Pesquisa Distrital por Amostra de Domic�lios (Pdad), divulgada ontem pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). O levantamento mostrou tamb�m que as duas localidades det�m os piores indicadores de infraestrutura de toda a capital. Apenas 6,1% das resid�ncias s�o ligadas � rede de esgoto. Os caminh�es de lixo n�o atendem 54,15% dos domic�lios, e 94% das ruas n�o s�o pavimentadas. “O que mais nos chamou a aten��o na pesquisa foi o tamanho do P�r do Sol e do Sol Nascente. A popula��o supera muito a de outros bairros populares. A Estrutural, por exemplo, tem 30 mil habitantes. Al�m disso, por serem ocupa��es mais recentes, elas est�o em uma situa��o muito ruim de infraestrutura. O Estado ainda n�o chegou l� em muitos pontos, e a demanda por infraestrutura � grande”, afirmou o presidente da Codeplan, J�lio Miragaya.
Morador do Sol Nascente h� 10 anos, o diagramador Daniel Ribeiro Soares, 54, comemorou a chegada de tratores e oper�rios na rua onde mora h� cerca de dois meses. “Era para, finalmente, colocarem a tubula��o de esgoto. Mas, mal deu tempo de furarem o ch�o, o edital foi suspenso e eles (trabalhadores) foram embora”, contou o morador. Daniel mora com a esposa e a filha de 16 anos, e conta que, com a chuva, a falta de estrutura transforma-se em transtornos e riscos � sa�de. “� mais f�cil contornar a falta de asfalto, o lixo espalhado e o esgoto correndo na rua quando n�o chove. Quando a �gua cai, vira um rio, cheio de lixo”, afirmou.