PMs s�o acusados de matar Amarildo e esconder o corpo

A Pol�cia Civil do Rio indiciou na noite desta ter�a-feira, 01, dez policiais militares pelo desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, de 43 anos, morador da Rocinha, na zona sul do Rio. Eles s�o acusados de sequestro seguido de morte e oculta��o de cad�ver. A pol�cia tamb�m pediu a pris�o preventiva dos PMs.

Amarildo desapareceu na favela em 14 de julho passado, depois de detido por PMs da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) local. O sumi�o virou palavra de ordem em passeatas ocorridas em todo o Pa�s. Artistas como o cantor Caetano Veloso e o ator Wagner Moura foram a p�blico cobrar do governador do Rio, S�rgio Cabral (PMDB), esclarecimentos sobre o destino do pedreiro. Manifestantes perguntavam em coro, durante protestos na frente do pr�dio de Cabral, no Leblon, zona sul: “Cad� Amarildo?”.

Na sexta-feira, 27 de setembro o Estado havia antecipado o indiciamento dos policiais e que os investigadores descartavam a hip�tese de que traficantes de drogas da Rocinha tivessem matado Amarildo. O delegado Rivaldo Barbosa, da Divis�o de Homic�dios, entregou o relat�rio do inqu�rito, com 180 p�ginas, ao promotor Homero Freitas na noite desta ter�a. Entre os dez indiciados est�o o major Edson Santos, comandante da UPP quando Amarildo sumiu, e os PMs Douglas Roberto Vital Machado, Jorge Luiz Gon�alves Coelho, Marlon Campos Reis e Victor Vin�cius Pereira da Silva.

Em depoimentos ao longo do inqu�rito, todos negaram envolvimento no sumi�o do pedreiro. Eles afirmaram ter liberado Amarildo ap�s constatar que ele n�o era procurado pela Justi�a. Nem a Pol�cia Civil nem a Secretaria de Seguran�a P�blica do Estado do Rio tinham revelado os nomes de todos os acusados at� o final da noite.

Traficante
O relat�rio do delegado da Divis�o de Homic�dios foi finalizado ap�s duas testemunhas acusarem o major Edson Santos de tentar corromp�-las para acusar o traficante Thiago Neris, o Catatau, pela morte de Amarildo. Santos, transferido do comando da UPP para o Batalh�o de Opera��es Especiais (Bope) ap�s a repercuss�o da a��o policial, afirmou que as acusa��es s�o falsas.

At� esses dois depoimentos, Barbosa considerava ainda n�o ter ind�cios capazes de levar ao indiciamento dos PMs. Os depoimentos das duas testemunhas - m�e e filho de 16 anos, moradores na Rocinha - ocorreram praticamente por acaso. Em 25 de maio, o garoto foi ferido por um tiro de fuzil ao tentar fugir de PMs da UPP, que o acusavam de liga��o com o tr�fico. Levado � 15.ª DP, ele contou ao delegado Orlando Zaccone que havia acusado Catatau porque Santos lhe oferecera R$ 500 mensais para ele e a m�e.