Um m�s ap�s o in�cio do trabalho dos m�dicos selecionados pelo Programa Mais M�dicos, o impacto da atua��o dos sete profissionais destacados para o Distrito Federal (DF) � positivo, mas ainda discreto. Apesar de terem agora mais acesso ao m�dico generalista, os pacientes mas alegam que faltam especialistas e que encontram muita dificuldade para fazer exames.
“Desde que este posto foi aberto, em 1984, eu nunca vi atendimento na sexta-feira. Sempre foi de segunda a quarta. Agora, com a m�dica nova, � que eu estou vendo atendimento sexta-feira”, disse a dona de casa Elis�ngela Matos, de 41 anos que, desde a inaugura��o, � atendida no Centro de Sa�de nº 1 do Gama, uma das regi�es administrativas do DF. “� um bom sinal”, ressaltou Eliz�ngela.
Logo na entrada do posto, o paciente v� um cartaz com uma lista de rem�dios que est�o em falta, entre eles paracetamol (comprimido), diamicron, c�lcio, omemprazol e ibuprozeno.
Mesmo assim, a professora Maria Domingas, de 40 anos, ficou satisfeita por ter conseguido, em uma sexta-feira, marcar uma consulta para a segunda-feira seguinte no Centro de Sa�de nº 9 de Ceil�ndia, o mais pr�ximo de sua casa.
Maria Domingas disse � Ag�ncia Brasil que, em janeiro, foi examinada por um m�dico que pediu uma ecografia, mas ela s� conseguiu marcar o exame para agosto. Feito o exame, ela tentou agendar o retorno no mesmo m�s, por�m, a equipe de sa�de da fam�lia que atende a comunidade Por do Sol, onde ela mora, estava sem m�dico.
Foi essa equipe que recebeu Marcela Fukushima, formada em Bras�lia h� um ano. Segundo a m�dica, o centro em que trabalha tem uma estrutura f�sica “interessante”, embora faltem medicamentos b�sicos para tratamento de pacientes com doen�as cr�nicas, como diabetes e hipertens�o. “Percebi que � dif�cil acompanhar um paciente, j� que, quando a gente encaminha para um especialista, pode levar meses para o paciente ser atendido. � mais tempo do que para exames, que j� s�o demorados”, constatou a m�dica.
Marcela reconhece que, por estar em Ceil�ndia, �rea administrativa do DF, tem o privil�gio de trabalhar em um centro minimamente estruturado. “J� trabalhei no interior do Goi�s, e l� sim faltava tudo”, relatou.
Os m�dicos do programa, chamados generalistas, fazem atendimento b�sico em diversas �reas, como pediatria, ginecologia e psiquiatria. Caso haja necessidade, o profissional encaminha o paciente para um especialista. A ideia preconizada pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) � que esse atendimento seja a porta de entrada da rede p�blica de sa�de.
Os profissionais que atuam na Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia, na qual trabalham os m�dicos do Mais M�dicos, tamb�m t�m papel educativo na vida da comunidade em que atuam. Cada equipe deve ser composta, no m�nimo, por um generalista, ou especialista em sa�de da fam�lia, ou m�dico de fam�lia e comunidade; um enfermeiro generalista ou especialista em sa�de da fam�lia; um auxiliar ou t�cnico de enfermagem e agentes comunit�rios de sa�de. Cada equipe deve atender a uma m�dia de 3.500 pessoas e as pessoas s� procurem os hospitais em casos mais graves.
O Distrito Federal pediu ao Minist�rio da Sa�de 97 profissionais do Mais M�dicos. Na primeira etapa, 15 foram designados para a regi�o, mas apenas sete est�o atuando. Na segunda etapa do programa, que come�ou nesta semana, dos 14 m�dicos designados, dez se apresentaram, mas um desistiu ainda no per�odo de acolhimento. Devido �s pol�micas geradas pelo programa, alguns profissionais que atuam no DF n�o quiseram falar com a reportagem sem antes pedir autoriza��o da Secretaria de Estado de Sa�de do DF.
Perguntada pela Ag�ncia Brasil sobre a falta de rem�dios, a Secretaria de Sa�de do Distrito Federal disse, por exemplo, que o captopril, medicamento usado no tratamento da hipertens�o, est� dispon�vel nas farm�cias com o selo “Aqui tem farm�cia popular”. A secretaria informou que os demais medicamentos ser�o remanejados de outras unidades, j� que n�o est�o em falta na rede.
Sobre a den�ncia feita por Maria Domingas, a Secretaria de Sa�de respondeu que precisaria de mais dados para ver o caso espec�fico, mas que os atendimentos de ortopedia s�o feitos nos 11 centros de Sa�de da Ceil�ndia.
Com rela��o aos dias de atendimento m�dico na unidade de Ceil�ndia, a SES/DF informou que o centro de sa�de conta com atendimento m�dico de segunda a sexta-feira, e a subsecret�ria Rosalina Aratani Sudo disse que ela mesma trabalhou nesta unidade por 11 anos, at� 2010, de segunda a sexta.