O prefeito do Rio, Eduardo Paes, confirmou hoje (8) que vai descontar o ponto dos profissionais da educa��o, que est�o em greve contra o Plano de Carreiras, Cargos e Remunera��es e a pol�tica educacional do Executivo. O corte ser� desde o dia 3 de setembro. Ontem (7), o Tribunal de Justi�a do Rio de Janeiro negou o recurso do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa��o contra a liminar que obrigava os professores a voltar �s salas de aula, sob pena de multa di�ria de R$ 200 mil para entidade. Os professores est�o em greve desde 8 de agosto, mas a liminar que permite o corte s� tem validade a partir de 3 de setembro. "Assim a prefeitura vai proceder. � um processo administrativo normal. As escolas repassam os dados � secretaria, ela comunica na folha de ponto, e o ausente n�o recebe", disse o prefeito. Paes reuniu-se hoje com conselhos de pais, diretores, professores e funcion�rios das escolas da rede municipal, al�m de entidades eleitas em cada Coordena��o Regional de Educa��o para representar os segmentos afins ao setor. O encontro durou mais de quatro horas, e o objetivo, segundo o prefeito, foi a busca de formas alternativas de di�logo. "� para estabelecer outras inst�ncias, porque o que temos � um sindicato radicalizado, que exige a revoga��o dos aumentos j� aprovados e a retirada da secret�ria [Cl�udia Costin] do cargo. A�, fica muito dif�cil o di�logo", disse Paes. Al�m disso, o sindicato n�o tinha pautas racionais e n�o parava para fazer as contas das propostas que apresentava, acrescentou o prefeito. Quanto � pol�tica do pagamento de b�nus por resultado, vale para todas as �reas da administra��o municipal e ser� mantida: "Isso vem desde o primeiro mandato, fui reeleito dizendo que continuaria, e vou continuar". Ao comentar os epis�dios de vandalismo ap�s a manifesta��o de ontem (7), no centro do Rio, Paes destacou que n�o foram os professores que causaram danos a pr�dios p�blicos e privados. "O que eu garanto � que aquelas cenas n�o t�m nada a ver com professores da rede municipal. Professor da rede municipal n�o faz aquilo." A professora Ad�lia Azevedo, representante do Conselho dos Professores, defendeu a legitimidade da greve, afirmando que o plano da prefeitura precisa ser revisto. "Esta reuni�o foi um avan�o, porque pudemos expor nossa realidade. Os pais dos alunos t�m que ter muita clareza de que n�o temos desamor pelos filhos deles. S� precisamos garantir nossa sobreviv�ncia de forma concreta. Tenho trabalhado politicamente com os pais e os alunos para esclarecer isso", explicou Ad�lia. Fidelina Rocha, que integra o Conselho de Pais, criticou a greve, dizendo justamente que falta aos professores amor pelos alunos: "O ano letivo j� est� terminando, e n�o h� conclus�o nenhuma. As crian�as est�o na rua e ficam sem escola. O que as pessoas est�o reivindicando � fora do real. Isso � desrespeito. E quem est� no nono ano e vai tentar um concurso p�blico? Vai perder?" J� Talma Romero, que faz parte do Conselho de Diretores e � m�e de um aluno da rede municipal, pediu o fim da greve: "os alunos n�o podem mais ser prejudicados. Est�vamos discutindo como solucionar o problema da greve. N�o interessa quem vai ceder. O importante � que as aulas retornem ao ritmo normal", disse Talma. Nesta tarde, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa��o faz mais uma assembleia para definir os rumos do movimento depois da decis�o judicial que autorizou o corte de ponto e manteve a multa di�ria de R$ 200 mil.