O Minist�rio P�blico Estadual do Rio j� sabe que o corpo do pedreiro Amarildo de Souza foi retirado da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio, envolto em uma capa de motocicleta. A capa pertencia a um dos policiais da UPP. Amarildo sumiu em 14 de julho, ap�s ser detido para averigua��o.
O MP quer que o major Edson Santos, ex-comandante da UPP, seja isolado dos outros nove policiais que, como ele, est�o presos sob acusa��o de desaparecimento do pedreiro. Santos est� encarcerado com os demais PMs, que eram subordinados a ele na UPP, na Unidade Prisional, cadeia que recebe apenas policiais militares, em Benfica (zona norte da capital). Os dez policiais foram denunciados por tortura seguida de morte e oculta��o de cad�ver.
Segundo a promotora Carmem Eliza Bastos de Carvalho, do Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Minist�rio P�blico, o major est� exercendo influ�ncia sobre os presos, o que pode comprometer os depoimentos a serem prestados durante a a��o penal que tramita na 35.ª Vara Criminal do Rio.
A promotora estuda a possibilidade de pedir a transfer�ncia do oficial para uma unidade federal. Carmem Eliza tamb�m anunciou que nos pr�ximos dias denunciar� mais PMs por envolvimento no caso Amarildo. Na noite de domingo, 13, ela e outros promotores do Gaeco tomaram o depoimento de um PM que trabalhava na Pol�cia Pacificadora e estava em servi�o na Rocinha na noite em que o pedreiro sumiu. Ele est� sob prote��o.
O PM contou que, ao chegar ao trabalho, recebeu do tenente Lu�s de Medeiros, que chefiava o turno, ordem para entrar em um dos cont�ineres da UPP e s� sair quando fosse autorizado. O PM afirmou que ficou no cont�iner com mais dez PMs por 40 minutos.
No per�odo, ouviu gritos de homem, ru�dos de choque e outros sons que podem caracterizar uma sess�o de tortura. Depois, houve sil�ncio, homens gritaram que havia ocorrido um problema e, por fim, o PM diz ter ouvido ru�dos semelhantes aos feitos por pessoas ingressando na mata. Existe um parque ecol�gico ao redor da UPP.
Por causa do depoimento, policiais civis fizeram na segunda-feira, 14, nova busca no parque. Com aux�lio de luminol (produto qu�mico que reage � presen�a de sangue), identificaram �reas onde pode haver resqu�cios de sangue. Ser�o necess�rios exames complementares para confirmar que se trata de sangue.
Omiss�o - Segundo a promotora, todos os 11 PMs que estavam trabalhando naquela noite e permaneceram no cont�iner poder�o ser denunciados, mesmo n�o tendo participado do crime. A acusa��o seria omiss�o, uma vez que n�o teriam agido para evitar a tortura. A promotora disse que, quando decidir quantos policiais incluir� na den�ncia, far� um aditamento.