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Estado de Minas

Ex-aluno da UnB recorda a persegui��o e a tortura sofrida na ditadura

Segundo ele, manter a liberdade exigia um esfor�o para n�o cair na cilada da autocensura


postado em 21/10/2013 13:30

'O choque faz um barulho muito curioso de bolas de gude correndo dentro de uma caixa. E aí vem o choque. E aí você dá um grito. Faziam as perguntas e ficavam te perguntando e perguntavam outra vez e perguntavam outra vez e aí de novo o choque' Alexandre Ribondi, 60 anos, diretor de teatro(foto: Antonio Cunha/Esp. CB/DA Press)
'O choque faz um barulho muito curioso de bolas de gude correndo dentro de uma caixa. E a� vem o choque. E a� voc� d� um grito. Faziam as perguntas e ficavam te perguntando e perguntavam outra vez e perguntavam outra vez e a� de novo o choque' Alexandre Ribondi, 60 anos, diretor de teatro (foto: Antonio Cunha/Esp. CB/DA Press)

Em Bras�lia, desde o golpe militar, em 1964, at� a redemocratiza��o, em 1985, a ditadura esteve atenta a cada movimento na cidade. Al�m dos pontos oficiais da repress�o, como as sedes das For�as Armadas ou da Pol�cia Federal, todo endere�o era pass�vel de fiscaliza��o. A ideia era impedir qualquer tipo de a��o considerada subversiva. Muitos foram os moradores da cidade que estiveram sob os olhos do regime. Poucos s�o aqueles que, hoje, conhecem os detalhes desse passado.

O Correio Braziliense come�ou, na edi��o de ontem, a publicar uma s�rie sobre os locais representativos para a ditadura militar em Bras�lia. Tanto endere�os emblem�ticos para a repress�o quanto para a organiza��o da resist�ncia ser�o contados por meio das experi�ncias de personagens que participaram ativamente do per�odo.Um deles � Alexandre Ribondi, 60 anos, diretor de teatro. Naquela �poca, a tens�o era constante. “Eu sa�a de casa e tinha um policial na porta que me dizia: ‘E a�, vagabundo, vai ser preso hoje?’”, conta. Al�m da vigil�ncia incessante, o ent�o estudante foi detido. Completou os 20 anos preso. Passou por interrogat�rios e tortura. Teve a casa em que vivia em Sobradinho invadida e revirada. Todas essas lembran�as, no entanto, ficaram camufladas. Ribondi jamais voltou a tocar no assunto at� este ano.

“A repress�o existia de maneira organizada, persistente, permanente. Estava dentro de sala de aula, na rua, no bar”, lembra o diretor de teatro e produtor cultural Alexandre Ribondi, 60 anos. Para ele, na capital, a ditadura cumpriu o objetivo de estar presente em todos os �mbitos da vida dos cidad�os. “A viol�ncia existia 24 horas. O que eles queriam � que a repress�o ficasse na sua alma e, assim, a figura do repressor n�o fosse mais necess�ria. Para manter a sua liberdade era preciso se esfor�ar o tempo todo e deixar que o censor te censurasse, e n�o voc� mesmo. Era extremamente cansativo”, lembra.


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