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Estado de Minas

Miss T Brasil oferece mudan�a de sexo como pr�mio


postado em 23/10/2013 18:25 / atualizado em 23/10/2013 20:55

Realizado na segunda-feira, 22, o Miss T Brasil, concurso que escolhe a transexual mais bonita do Pa�s, ofereceu pr�mios tradicionais de competi��es de beleza, como coroa, faixa e inscri��o na vers�o internacional. Al�m disso, um nada convencional: a possibilidade de fazer, entre outros procedimentos, a cirurgia de mudan�a de sexo na Tail�ndia.

A vencedora, a paulistana Raika Ferraz, de 21 anos, prefere submeter-se a outras interven��es, menos radicais: troca de pr�tese de silicone, lipoescultura e opera��es para corre��o de orelha de abano e de feminiliza��o facial, que consiste em mudan�a no formato de mand�bula, rinoplastia e raspagem do pomo de ad�o.

"Vi muitas meninas que entraram no concurso s� para fazer a mudan�a de sexo. Elas t�m vergonha de ser como s�o. Vai de cada uma. Eu sou muito feliz do meu jeito. Tenho medo de fazer e de n�o gostar, e tamb�m de perder a sensibilidade (na �rea genital). A Lea T. (modelo transexual) deu entrevista falando que se arrependeu", diz Raika.

Nascida Carlos Rafael, ela est� animada com a viagem para a Tail�ndia para as cirurgias, e tamb�m com a futura participa��o no Miss International Queen 2014. "D� medo de operar, ainda mais longe de casa, mas os m�dicos l� s�o muito famosos", acredita. A presidente da Associa��o das Travestis e Transexuais do Rio e organizadora do Miss T., Majorie Marchi, afirma que a Tail�ndia � refer�ncia no universo "transg�nero" pela naturalidade com que trata a quest�o - tem at� escola com um terceiro banheiro, para que n�o haja constrangimentos.

"L�, eles n�o s�o estigmatizados, como aqui, n�o tem o machismo latino-americano", afirma Majorie, esclarecendo que o que foi oferecido como pr�mio foi um voucher

no valor equivalente a R$ 16 mil, para a cirurgia que a vencedora escolhesse, e n�o especificamente a opera��o de "transgenitaliza��o". "N�o oferecemos assim. A legisla��o n�o permitiria", afirma. O concurso, no qual se inscreveram 172 transexuais de todo o Pa�s, � apoiado pelo Programa Rio Sem Homofobia, do governo do Estado, e � uma iniciativa pela promo��o da cidadania de travestis e transexuais. Foi realizado em 1974, 1975 e 1976 e retomado em 2012.

Acompanhamento
Em homens que querem ser mulheres, a cirurgia de "transgenitaliza��o", ou redesigna��o sexual, � feita com a remo��o dos test�culos, amputa��o do p�nis e uso da pele na constru��o da vagina. Dura, em m�dia, de quatro a seis horas. Trata-se de um procedimento irrevers�vel. Quando h� arrependimento, o paciente pode ter depress�o profunda e chegar ao suic�dio.

No Hospital Universit�rio Pedro Ernesto, cujo Ambulat�rio de Urologia Reconstrutora � refer�ncia nacional - as opera��es s�o realizadas pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) -, o processo para a realiza��o do procedimento dura dois anos, e h� fila de espera. O hospital faz a cirurgia h� dez anos, no m�ximo uma por m�s.

Durante os dois anos, o paciente � acompanhado por m�dicos, psic�logos e assistentes sociais, que avaliam aspectos cl�nicos e ps�quicos. S� ent�o � formulado um laudo que precede a cirurgia. Parte dos pacientes � considerada inapta e n�o � operada. O psiquiatra Miguel Chalub, que atende no hospital, diz que o ambulat�rio j� recebeu v�rios casos de cirurgias malfeitas na Tail�ndia. "� uma picaretagem, um absurdo o que eles fazem. Pagando, eles fazem qualquer coisa, aproveitam-se do desespero das pessoas. Depois, a gente tem de consertar aqui. N�o se pode fazer essa cirurgia sem que haja um estudo da personalidade, sem ter convic��o absoluta do que se vai fazer."


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